Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-153

TÍTULO: CISTO TIREOGLOSSO GIGANTE E DE LONGA DURAÇÃO MIMETIZANDO BÓCIO: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): CARLOS HENRIQUE DE PAIVA CHAVES , ÉRICA SAMPAIO BARBOSA, DANILO NEGREIROS FREITAS, VICTOR GRANJEIRO DE MELO, DANIELLE GONÇALVES SEABRA PEIXOTO, RAQUEL DE ASSIS COELHO, RODRIGO AUGUSTO DE SOUZA LEÃO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL AGAMENON MAGALHÃES

INTRODUÇÃO: O Cisto Tireoglosso é a doença congênita cística do pescoço mais comum que ocorre por falha no fechamento do ducto tireoglosso e produção de muco pelas células da sua mucosa. A principal manifestação clínica é o aparecimento de nódulo cervical anterior localizada na linha média do pescoço, face anterior, região supra e infra-hióidea, móvel com a deglutição. Dificilmente atinge grandes proporções.

OBJETIVO: Relatar um caso de cisto tireoglosso gigante e de longa duração que mimetizou um bócio.

METODOLOGIA E RESULTADOS: PMBSS, sexo feminino, 58 anos, admitida com história de aumento do volume cervical progressivo há 15 anos. Negava dispnéia, disfagia ou sintomas compressivos. Ao exame evidenciava-se aumento cervical de grandes proporções sem linfonodomegalias palpáveis. Função tiroidiana estava sem alterações (TSH:2,01niU/ml; T4Livre:1,81ng/dl) e Tomografia Computadorizada de região cervical mostrou volumosa formação expansiva, predominantemente cística com septações de permeio deslocando hipofaringe e laringe a esquerda, assim como tireóide e estruturas vasculares medindo 16x13,5x14,2cm. A videolaringoscopia mostrou paralisia de prega vocal direita. Foi submetida a ressecção de massa com histopatológico evidenciando cisto de parede fibrosa destituído de revestimento epitelial com conteúdo necrótico(Cisto Tireoglosso), depósito de cristais de colestrerol e ausência de tecido tiroidiano. A paciente evoluiu satsifatoriamente e recebeu alta para acompanhamento ambulatorial

DISCUSSÃO: Em pacientes com mais de 40 anos de idade, as lesões malignas são mais comuns. Excluindo-se as massas tireoideas, como o bócio, que afeta cerca de 13% da população mundial, pode-se dizer que 80% dos tumores cervicais em pacientes acima dos 40 anos são de origem neoplásica e, desses, 80% são malignos. Estima-se que remanescentes do ducto tireoglosso persistam em 4 a 7% da população, distribuídos igualmente entre os sexos e predominantemente até os 15 anos de idade. O diagnóstico é feito até os 10 anos de idade em cerca de 30% dos casos, entre 10 e 20 anos, em 20%, entre 20 e 30 anos, em 15% e após 30 anos, em 35%. O diagnóstico diferencial deve ser feito com as seguintes entidades: tecido tireoidiano ectópico, hiperplasia ganglionar do triângulo submentoniano, cistos dermóides, lipomas, higromas, cistos tímicos, cisto branquial e, em grandes proporções, com o bócio tireoideano. A malignização do cisto tireoglosso é rara, sendo menor que 1%.. A técnica de Sistrunk é a melhor técnica, a qual sendo executada de maneira correta evita recidivas.

CONCLUSÃO: Este caso demonstra uma apresentação incomum de cisto do ducto tireoglosso de grandes proporções, mimetizando um bócio.

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