Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-149

TÍTULO: CISTO DERMÓIDE EM FOSSA INFRATEMPORAL?

AUTOR(ES): MARCO AURÉLIO FORNAZIERI , ADJA OLIVEIRA, FÁBIO DE REZENDE PINNA, MIGUEL SOARES TEPEDINO, MARIA DANTAS COSTA LIMA GODOY, LUIZ UBIRAJARA SENNES, RICHARD LOUIS VOEGELS

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: Os cistos dermóides representam a forma simples de teratoma e são tumores benignos raros. Ao afetar a região de cabeça e pescoço - aproximadamente 7% dos casos -, os locais mais comuns são nariz, órbita e sombrancelha. Na base de dados Medline, há somente um relato dessa doença acometendo a fossa infratemporal e nenhum, como no caso relatado abaixo, que tenha utilizado a cirurgia endoscópica para o excisar.

RELATO DE CASO: AASR, 23 anos, masculino, estudante. Paciente com história de acidente automobilístico há 2 anos, evoluindo com quadro comatoso, estenose de traquéia pós-entubação traqueal e quadro convulsivo. Ao realizar tomografia computadorizada de crânio para acompanhamento de quadro neurológico, evidenciou-se lesão de aspecto cístico em fossa infratemporal esquerda. Encaminhado para o serviço de otorrinolaringologia, foi solicitada tomografia computadorizada de seios paranasais mais ressonânica de crânio devido a sua extensão para assoalho de fossa média. Observou-se lesão ovóide com conteúdo heterogêneo em fossa infratemporal esquerda (figura 1). A abordagem cirúrgica foi realizada por via exclusivamente endoscópica: após retirada de parede posterior de seio maxilar, evidenciou-se o tumor. Inicilamente, foi optado por punção da lesão, com drenagem de líquido transparente espessado. Após isso, realizou-se incisão na parede anterior da lesão, com visualização de pêlos e conteúdo sebáceo em seu interior, a elucidar definitivamente o diagnóstico. A parede posterior do cisto dermóide estava aderida a artéria carótida, sendo ressecada cuidadosamente. Após descolamento total da lesão, foi retirada pela narina (figura 2). O paciente evoluiu bem, sem intercorrências no pós-operatório.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Relatou-se o primeiro caso de cisto dermóide de fossa infratemporal excisado por via endocópica. O maior conhecimento das possíveis lesões dessa região, circundada por estruturas intracranianas, vasculares e nervosas importantes, otimiza o planejamento cirúrgico prévio.

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