Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-148

TÍTULO: CISTO DE THORNWALDT: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): LUANA GONÇALVES DE OLIVEIRA , CARLOS EDUARDO MONTEIRO ZAPPELINI, FÁBIO SILVA ALVES, LUCIANA GIRO CAMPOY BASILE, LUIS MIGUEL CHIRIBOGA ARTERA, JOSÉ MARIA MORAES DE REZENDE

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO: As doenças benignas de rinofaringe são relativamente raras de serem diagnosticadas por serem em sua maioria inicialmente assintomáticas. Podem passar despercebidas na fase inicial da sua evolução, dependendo de seu tamanho ou localização.  Podem ser classificadas como congênitas e adquiridas. Entre as patologias congênitas são exemplos os cistos de Tornwaldt, cistos branquiais, cisto de Rathke, o cisto dermóide e a encefalocele.

As adquiridas, podemos citar os cistos de retenção, parasitários, massas tumorais benignas e as lesões de causa iatrogênica. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de cisto de thornwaldt com localização em rinofaringe, em paciente adulto, com quadro típico, porém apresentando sintomas de SAOS.

APRESENTAÇÃO DO CASO: L.D.R., 43 anos, masculino, advogado, casado, portador de HAS controlada  em tratamento, apresentou obstrução nasal a direita e rinorréia a esquerda com evolução de dois meses em tratamento prévio com budesonida, sem melhora. Relatou também roncos noturnos associados a sonolência excessiva diurna e alterações cognitivas.

O paciente já havia realizado nasofibroscopia que evidenciou massa de aspecto cístico, com bordos regulares, em rinofafinge com obstrução total da coluna aérea..

A TC de região cervical e pescoço evidenciou imagem arredondada, hipodensa, de limites parcialmente precisos, com realce moderado pós-contraste, localizada em rinofaringe posterior com extensão anterior para cavidades nasais e inferior para orofaringe. Media 4,0 X 3,0 X 3,2 cm, com obliteração da coluna aérea e ósteos tubários.

A Polissonografia mostrou apnéia do sono de grau severo com IAH de 66,2 eventos/hora e saturação média de oxihemoglobina durante sono REM e NREM de 93%.

O tratamento proposto foi cirúrgico, pela via transpalatina. O paciente, sob anestesia geral, foi colocado em posição de Rose. Visualizado o cisto, foi realizada sua ressecção completa. O exame anátomo-patológico mostrou pólipo cístico com processo inflamatório crônico ativo, Diante destes achados, ficou compatível o diagnóstico de cisto de Thornwaldt,

DISCUSSÀO: Os cistos de thornwaldt, predominam no sexo masculino, em relação de 3:1 e na faixa etária dos 14 aos 65 anos de idade.  A sintomatologia é variável de acordo com o tamanho do tumor, podendo cursar classicamente com obstrução nasal, rinorréia, descargas posteriores, formação de crostas e otite média secretora. Também podem infectar-se levando à formação de abscessos.

Ao exame físico, é visualizado, através da nasofibroscopia, uma massa submucosa lisa na parede posterior da nasofaringe, na linha média.

À tomografia computadorizada, aparece como massa na nasofaringe, de baixa densidade na linha média que não se impregna após injeção de contraste intravenoso. Ocasionalmente, pode haver foco de calcificação no cisto.

Os cistos de retenção das glândulas seromucosas aparecem na parede lateral da faringe e também podem ser múltiplos. Os demais diagnósticos diferenciais são feitos pela tomografia computadorizada.

O tratamento do cisto de Thornwaldt é a drenagem através da marsupialização. O ato cirúrgico pode ser realizado através de acesso transoral, transpalatino; como nesse caso; que oferece melhor visua-lização do leito e remoção total da tumoração, diminuindo as possibilidades de rescidiva.

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