Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-146

TÍTULO: CISTICERCOSE DE GLÂNDULA PARÓTIDA: RELATO DE CASO.

AUTOR(ES): RAQUEL COELHO DE ASSIS , RODRIGO AUGUSTO DE SOUZA LEÃO, CORINTHO VIANA PEREIRA, DIDEROT RODRIGUES PARREIRA, LUCAS GOMES PATROCÍNIO, CARLA CAVALCANTI SILVEIRA, VICTOR GRANJEIRO DE MELO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL AGAMENON MAGALHÃES

A cisticercose é uma doença parasitária comum em vários países em desenvolvimento. O diagnóstico da cisticercose é realizado através de exame histopatológico das lesões com identificação do parasita. O acometimento da cisticercose sobre a cavidade oral é incomum, sendo rara a lesão em glândula parótida. Paciente do sexo masculino, 49 anos, encaminhado para avaliação de tumoração em região de glândula parótida esquerda. A cisticercose é endêmica em vários países em desenvolvimento, na América Latina, Ásia e África. Os tecidos humanos mais acometidos pela cisticercose são em ordem decrescente: tecido celular subcutâneo,  cérebro, músculo, coração, fígado, pulmões e peritônio. Sua infestação cervical se dá principalmente no cérebro e olhos. O envolvimento da língua e do masseter é comum em bovinos e suínos, sendo raro em humanos. O acometimento da glândula parótida é pouco descrito. Pacientes masculinos (51-80%), provenientes da zona rural (30-63%), e com idade entre 21 e 40 anos (22-67%) são mais acometidos.O diagnóstico de cisticercose é sugerido pela história clínica e epidemiológica, punção aspirativa com agulha fina das lesões, sorologia, ELISA do LCR para neurocisticercose, sendo o diagnóstico de certeza realizado pela biópsia excisional da lesão com a identificação do parasita no exame histopatológico.O tratamento da cisticercose inclui a expectação em assintomáticos, remoção cirúrgica de cistos isolados acessíveis e tratamento com praziquantel ou albendazol, em pacientes com múltiplos cistos ou neurocisticercose. O acometimento da glândula parótida é pouco descrito na literatura; sendo um diagnóstico de exclusão nas tumorações da glândula parótida, pela sua raridade Em relação ao segmento crânio-facial, a maioria dos trabalhos relata apenas o acometimento neurológico e ocular. O paciente queixava-se de tumores em face e em todo corpo há 4 anos, com história pregressa de tratamento para neurocisticercose com albendazol. Ao exame, apresentava lesões nodulares circunscritas, firmes, de consistência elástica, com até 3 cm de diâmetro, distribuídas na face, no pescoço e em todo corpo, inclusive em topografia de glândula parótida esquerda. Foram solicitados exames para confirmação diagnóstica. Na pesquisa de cisticercose no líquor cefalorraquidiano, o teste de ELISA foi reagente na titulação ¼. A tomografia computadoriza (TC) de crânio evidenciou lesões arredondadas, calcificadas, acometendo o parênquima cerebral. A ressonância nuclear magnética corroborou os achados da TC, demonstrando várias lesões vesiculares em diferentes estágios de evolução no parênquima cerebral, intra-orbitárias e no parênquima da glândula parótida. Ao exame histopatológico da lesão nodular, material obtido através de biópsia excisional, no braço do paciente foi evidenciado a parede de um cisto abrigando o parasita no seu interior

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