Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-143

TÍTULO: CIRURGIA ENDOSCÓPICA ENDONASAL: PERFIL DE SEXO E IDADE EM 366 PACIENTES

AUTOR(ES): GABRIELE LEAO STRALIOTTO , CARLOS ROBERTO BALLIN, GABRIEL GONÇALVES DIAS, EDUARDO VIEIRA COUTO, YARA ALVES DE MORAES DO AMARAL, GUILHERME SACHET, SYLVIA DE FIGUEIREDO JACOMASSI

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA

INTRODUÇÃO: A rinossinusite pode ser descrita como a inflamação da mucosa nasossinusal em resposta à ação de eventos infecciosos, traumáticos, exposição a químicos ou mesmo ação de alérgenos. Tal evento inicialmente tem características agudas que podem ser resolvidas espontaneamente ou por tratamento clínico. Entretanto, em alguns casos a persistência de tais alterações leva a um estado de cronificação. A cirurgia endoscópica endonasal (CEE) é considerada o padrão-ouro para o tratamento de rinossinusite crônica refratária ao tratamento clínico. Este estudo objetiva avaliar variáveis de idade e sexo  entre os pacientes submetidos à CEE em nosso serviço.

MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo transversal com coleta de dados e posterior análise de 366 CEEs realizadas no período de junho de 2002 a maio de 2010.

RESULTADOS: Dos 366 pacientes, 209 eram do sexo feminino (57%) e 157 do sexo masculino (43%). A idade média foi de 39,7 anos, (de 5 a 76 anos). Dividindo em faixas etárias obtemos os seguintes resultados menores de 10 anos (1%), 10 a 19 anos (9%), 20 a 29 anos (19%), 30 a 39 anos (20,5%), 40 a 49 anos (21,5%), 50 a 59 anos (18%) e maiores de 60 anos (11%).

DISCUSSÃO: Atualmente a CEE é o procedimento cirúrgico de escolha no tratamento de rinossinusite crônica e polipose nasal. Estudos relatam taxas de sucesso que variam de 70 a 98%. Fatores como a idade e o sexo dos pacientes podem influenciar os resultados pós-operatórios. Mendolia-Loffredo em 2006, referiu que as mulheres obtiveram resultados menos satisfatórios à cirurgia influenciadas por fatores que alterem sua qualidade de vida como a depressão. Como em nosso estudo a maioria eram mulheres (57%), deve-se ficar atento a esse fator de risco. Em Young Lee, J. e Won Lee, S; os piores resultados foram encontrados nos pacientes pediátricos e melhores nos idosos, principalmente pela maior frequência de infecções do trato respiratório superior levando ao edema da mucosa sinusal, pequeno campo cirúrgico dificultando o procedimento e falta de colaboração durante o pós-operatório das crianças. Em nosso estudo os pacientes com menos de 10 anos representaram apenas 1%, porém estes devem ser melhor observados por apresentarem maiores chances de complicações.

CONCLUSÃO: Apesar da cirurgia endoscópica endonasal ser considerada o melhor tratamento para rinossinusite crônica, determinadas variantes podem influenciar os resultados pós-operatórios. Como exemplos podemos citar pacientes do sexo feminino com depressão, que podem não referir uma melhora significativa dos sintomas após o procedimento. Pacientes pediátricos devem ser avaliados cuidadosamente pois são maiores as possibilidades de apresentarem dificuldades no procedimento cirúrgico e recidiva da rinossinusite. Mais estudos deveriam ser realizados principalmente para estabelecer o sexo do paciente como fator preditor de resultado pós-operatório.

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