Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-139

TÍTULO: CHOQUE SÉPTICO E ÓBITO APÓS CIRURGIA DO ENXERTO DO SEIO MAXILAR PARA IMPLANTE DENTÁRIO: RELATO DE UM CASO

AUTOR(ES): LUIZ CARLOS ALVES DE SOUSA , FERNANDA MARRA MARTINEZ, THAILISE GIROTO FERREIRA DA SILVA, PEDRO RANGEL PEREZ, JAYSON PEIXOTO MACHADO, FABÍOLA DONATO DE ALMEIDA, FÚLVIO CÁLICE FERREIRA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, ASSOCIAÇÃO PAPARELLA DE OTORRINOLARINGOLOGIA

INTRODUÇÃO: Os implantes dentários osteointegrados constituem-se método largamente utilizado para a reposição dos dentes. O enxerto do seio maxilar (SM) garantirá a osteointegração e fixação do implante, que é colocado através do levantamento da membrana sinusal. A sinusite maxilar pode ocorrer como complicação em até 20% desta cirurgia. O tratamento desses pacientes deve ser realizado por otorrinolaringologista (ORL) em ambiente hospitalar, com uso de antibióticos EV e abordagem cirúrgica do SM, com curetagem de sua cavidade, por meio da técnica de Caldwell-Luc com ampla antrostomia nasal ou da cirurgia endoscópica funcional dos seios da face.

OBJETIVO: Demonstrar a gravidade da sinusite maxilar purulenta como complicação da cirurgia do enxerto do SM e o adequado manejo clínico- cirúrgico destes pacientes.

METODOLOGIA: CAA, 64 anos. Submetida à cirurgia do enxerto do SM bilateral. Nos 21 dias que se sucederam a cirurgia apresentou sinais e sintomas sugestivos de sinusite maxilar infecciosa à direita, tratada pelo cirurgião dentista através de punções do SM e trocas empíricas de antibióticos VO. No 21º dia de PO realizou TC revelando imagem hiperdensa do SM direito e submetida à nova punção deste seio paranasal com drenagem de secreção purulenta, mantendo dreno tipo cânula. Neste mesmo dia à noite a paciente deu entrada no serviço de emergência com quadro de choque séptico. Encaminhada para a UTI onde foi a óbito de falência múltipla dos órgãos tendo como doença de base (foco séptico) a sinusite maxilar purulenta.

RESULTADOS: O desfecho letal do caso demanda uma análise da evolução da sinusite maxilar purulenta decorrente da cirurgia do enxerto do SM. Os candidatos à cirurgia do enxerto maxilar devem ser acompanhados durante o pré e pós-operatório pelo médico ORL, que garantirá em casos de sinusite maxilar, a intervenção clínica medicamentosa e/ou cirúrgica em regime de internação hospitalar o mais precoce possível para prevenir complicações graves. Neste caso a paciente apresentou uma evolução clínica arrastada por longo período, 21 dias entre a cirurgia do enxerto maxilar e sua entrada no hospital em choque séptico sem ser submetida a qualquer avaliação e tratamento médico.

CONCLUSÃO: O tratamento da sinusite maxilar purulenta decorrente da cirurgia do enxerto do SM deve ser realizado em ambiente hospitalar por meio de abordagem ampla e direta do SM com curetagem e lavagem de sua cavidade, além de antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro. O tratamento desta complicação deve ficar sob a responsabilidade de uma equipe médica de acordo com as necessidades clínicas e co-morbidades do paciente.

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