Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-136

TÍTULO: CARCINOMA VERRUCOSO DO SEIO MAXILAR COM DESTRUIÇÃO PALATAL

AUTOR(ES): JULIANA ROCHA VELOSO , ALLYSON STEFANUS RUFINO, NILVANO ALVES DE ANDRADE, ADRIANO SANTANA FONSECA

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE MISERICORDIA DA BAHIA

INTRODUÇÃO: A localização mais comum de carcinoma verrucoso (CV) na cabeça e pescoço é a cavidade oral, seguida da laringe. É uma variante bem diferenciada do carcinoma escamoso, com bom prognóstico, crescimento lento, porém localmente invasiva. Há pouca tendência a metástases a distancia ou loco-regionais. A etiologia permanece desconhecida. A relação entre o CV primário da cavidade oral e o hábito de mascar o tabaco é bem estabelecida, porém quanto ao aparecimento nos seios da face, não há relação estabelecida. Na fossa nasal e nos seios paranasais o surgimento deste tumor é raro, constituindo 3% de câncer em cabeça e pescoço.

CASO-CLÍNICO: Masculino, 53 anos, com dor em hemiface esquerda e obstrução nasal perene ipsilateral há um ano. Relatou lesão em palato duro, à esquerda, há 2 meses. Ao exame físico, lesão hiperemiada ocupando a fossa nasal esquerda. À inspeção da cavidade oral ulceração em palato duro, à esquerda. À tomografia computadorizada de face, observou-se lesão expansiva em seio maxilar esquerdo, com erosão de paredes medial, lateral e inferior deste seio e extensão para o processo alveolar e palatino do osso maxilar ipsi e contralateral. Tabagismo por 15 anos. Foram realizadas três biópsias ambulatoriais, incisionais e progressivamente mais ampliadas, em palato, que revelaram hiperplasia epitelial, sem atipias. Foi programado Mid-facial degloving com maxilectomia medial e retirada de toda lesão macroscopicamente visível em seio maxilar esquerdo e palato. A anatomia revelou carcinoma escamoso bem diferenciado, queratinizante e exofítico. Foi programada maxilectomia total, à esquerda, ampliada para o processo alveolar e palatino direito. A histologia apresentou carcinoma verrucoso do seio maxilar sem comprometimento angiolinfático ou perineural, porém com comprometimento de margem superior. Como o paciente encontrava-se com boa cicatrização cirúrgica e sem sinais macroscópicos de tumor residual e por se tratar de um T4N0Mx optamos por radioterapia adjuvante.    

DISCUSSÃO: CV ocorre mais frequentemente no seio maxilar. Os fatores de risco associados ao CV na cavidade oral são tabagismo e higiene oral precária, porém estes fatores não interferem no surgimento nos seios da face. No manejo do CV a ressecção cirúrgica é a primeira escolha de tratamento. A indicação de radioterapia é controversa. A irradiação de CV está classicamente relacionada à transformação anaplásica com incidência acima de 30%. Contudo evidências recentes sugerem que esta transformação ocorre ocasionalmente e pode ocorrer mesmo em pacientes não irradiados, antes ou após o procedimento cirúrgico, e até em casos não tratados. Persistir no diagnóstico precoce diminui as ressecções cirúrgicas e a necessidade de terapias adjacentes ou procedimentos cirúrgicos adicionais.

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