Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-132

TÍTULO: CARCINOMA ESPINOCELULAR SUBGLÓTICO – RELATO DE CASO

AUTOR(ES): WILSON LUIZ VALIM ZERBINATTI , LILIANE SATOMI IKARI, ANA CAROLINA PARSEKIAN ARENAS, ADRIANA COUTINHO MARIUZZO, JOSÉ FRANCISCO DE SALES CHAGAS, RICARDO PIRES DE SOUZA, SILVIO ANTÔNIO MONTEIRO MARONE

INSTITUIÇÃO: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO: O carcinoma escamoso celular primário de subglote é raro, com aproximadamente 1% dos carcinomas de laringe. A maioria dos tumores são carcinomas de células escamosas e já se encontram em estado avançado, piorando seu prognóstico. A laringoscopia indireta é essencial para o diagnóstico, além de exames de imagens como tomografia computadorizada de pescoço (TC). O tratamento é cirúrgico combinado a radioterapia.

OBJETIVO: Relatar um caso de carcinoma espinocelular de subglote

RELATO DO CASO: E.R.J., 44 anos, branco, desempregado, natural e procedente de Campinas, SP, com disfonia há 4 meses e dispnéia há 2 meses. Nega odinofagia, perda ponderal, sintomas de refluxo ou abuso vocal. É ex-usuário de cocaína, ex-etilista 2L de destilado por dia, parou há 3 meses, tabagista de 2 maços de cigarro por dia, hepatite C, cirrose hepática, diabético, hipertenso.

Ao exame: Rinoscopia e otoscopia sem alterações. Pescoço: livre. Nasofibroaringoscopia flexível: Lesão vegetante em subglote em região anterior bilateral, projetando-se discretamente para a sua luz. Sem outras lesões.

TC de pescoço: lesão em região anterior de subglote ocupando parcialmente sua luz, sem invasão de estruturas adjacentes. Classificação TNM: T2

Realizada biópsia incisional por laringoscopia de suspensão sob anestesia geral. O estudo anátomo-patológico sob a coloração HE (AP) concluiu se tratar de carcinoma espinocelular subglótico (CEC). O paciente foi submetido a seguir à laringectomia total e está em bom estado geral.

DISCUSSÃO: O CEC consiste é o tumor mais comum na faringe e hipofaringe, sendo responsável por mais de 90% dos tumores malignos desta região. É potencialmente curável mas evolui de maneira lenta e progressiva e os índices de sobrevida dependem do diagnóstico precoce e tratamento adequado para cada situação. Invasão secundária que se inicia em áreas adjacentes é comum. Neste relato não foi observada lesão de estruturas adjacentes, sendo a lesão confinada somente à subglote.

A suspeita da lesão se inicia com disfonia ou disfagia. Pode ser assintomático e sua manifestar-se inicialmente como nódulo cervical metastático. Tipicamente se inicia na superfície interna da laringe e hipofaringe. Em nosso relato, o paciente apresentava queixa de disfonia há 4 meses e logo na primeira avaliação foi submetido à nasofibrolaringoscopia flexível, sendo observada a lesão. A laringoscopia deve fazer parte da investigação. Entretanto, grandes tumores não possibilitam identificar a exata origem desta lesão. A subglote é facilmente visualizada pela Tomografia Computadorizada (CT). Neste relato, a CT descartava comprometimento além da subglote, não havendo comprometimento linfonodal e cujo estadiamento TNM foi T2.

Os possíveis tratamentos para o carcinoma laríngeo e hipofaríngeo incluem laringectomia total ou parcial, o que depende do estadiamento do tumor. No presente relato, após realização de biópsia a análise histopatológica sob coloração HE demonstrou se tratar de Carcinoma de Células Epiteliais. O tratamento proposto foi laringectomia total.

CONCLUSÃO: O CEC de subglote merece atenção especial por ser um tumor extremamente raro, de evolução lenta e progressiva e por vezes assintomático. Seu diagnóstico deve combinar exame físico otorrinolaringológico completo, incluindo nasofibrolaringoscopia flexível, sendo igualmente importante o exame de imagem para o detalhamento da origem da lesão e suas possíveis extensões.

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