Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-129

TÍTULO: CARCINOMA DE PARATIREÓIDE INTRATIREÓIDE: RELATO DE UM CASO

AUTOR(ES): ROBERTA BEZERRA TAVARES GOBETH , JOÃO BOSCO LOPES BOTELHO, GECILDO SORIANO DOS ANJOS, DIEGO MONTEIRO DE CARVALHO, THAÍZA MARIA DA CÂMARA LIMA, RAFAEL REIS DI TOMMASO

INSTITUIÇÃO: FUNDAÇÃO HOSPITAL ADRIANO JORGE / UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

INTRODUÇÃO: O carcinoma de paratireóide é uma doença rara, podendo estar relacionada à mutação no gene supressor HRPT2. Corresponde a 0,05% de todas as neoplasias, e a 0,4% das neoplasias endócrinas. Carcinomas de paratireóide intratireóide são raros.

OBJETIVO: Relatar um caso de carcinoma de paratireóide intratireóide diagnosticada no Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial da Fundação Hospital Adriano Jorge – Manaus/AM.

METODOLOGIA: Revisão bibliográfica e informações do caso estudado.

RESULTADOS: Paciente masculino, 50 anos, branco, encaminhado ao serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial da Fundação Hospital Adriano Jorge - Manaus/AM, com queixa de nódulo cervical, palpável e doloroso em topografia de lobo direito da glândula tireóide. História pregressa de litíase renal e hipertensão. Ao exame clínico, foi palpado nódulo cervical em topografia de lobo direito da glândula tireóide, de limites mal definidos, liso, móvel à deglutição e pouco doloroso à palpação. A ultrassonografia de tireóide identificou lobo direito (LD) aumentado de tamanho, e um nódulo sólido, de contornos irregulares, heterogêneo, com áreas císticas em seu interior. Volume glandular total de 77 cm3, Chammas III. PAAF compatível com lesão folicular. Hormônios tireoidianos, Anti-TPO e anti receptor de TSH sem alteração, cálcio sérico total de 9,3 mg/dl (VR: 8,5 – 10,5 mg/dL). Nódulo tireoidiano demonstrado em ressonância nuclear magnética com extensão intratorácica, contornos bem definidos, sem infiltração de estruturas adjacentes. Procedido tireoidectomia total, com biópsia de congelação sugestiva de malignidade, mais esvaziamento cervical bilateral com via de acesso larga, evoluindo no pós-operatório sem intercorrências e alta em 48 horas. O exame anátomo-patológico revelou carcinoma de paratireóide intratireóide com invasão capsular e de tecido tireoidiano, áreas de necrose, hemorragia, fibrose e cistificação, confirmados pela imuno-histoquímica.

CONCLUSÃO: O carcinoma de paratireóide incide principalmente na faixa etária entre 44 e 54 anos, sem diferença entre os gêneros. Outras alterações laboratoriais são a hipofosfatemia, elevação dos marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e da fosfatase alcalina, além de hipercalciúria. Carcinomas de paratireóide não funcionantes são incomuns, e, embora a maior parcela dos pacientes tenha hipercalcemia, alguns permanecem normocalcêmicos, como no caso descrito. A característica intratireóidea dessa neoplasia é um achado histopatológico raro, com escassos casos descritos na literatura, embora de comportamento semelhante aos carcinomas de paratireóide não ectópicos, essa variação da anatomia patológica, exige alto índice de suspeição da equipe cirúrgica e patologia. Este caso diferencia-se clínica e cirurgicamente pelo perfil normocalcêmico do doente e uma apresentação anômala à macro e microscopia.

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