Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-124

TÍTULO: CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO DE SEPTO NASAL

AUTOR(ES): CARLOS EDUARDO LUNA RIBEIRO LIRA , DANIELA LEITÃO, WALLACE DO NASCIMENTO SOUZA, THIAGO DOLINSKI SANTA ROSA OLIVEIRA, REGIS MARCELO FIDELIS, JULIANO NUNES PEREIRA, ALONÇO DA CUNHA VIANA JUNIOR

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS

INTRODUÇÃO: O carcinoma adenóide cístico (CAC) é um grande desafio na prática de otorrinolaringologia. Apresenta crescimento insidioso e sua natureza infiltrativa é responsável pela disseminação local recorrente. O CAC ocupa o quinto lugar das lesões epiteliais malignas de glândulas salivares e sua ocorrência no septo nasal é muito incomum, tendo poucos casos descritos na literatura.

OBJETIVO: Relatar um caso de Carcinoma adenóide cístico de septo nasal devido à raridade da localização do mesmo.

RELATO DE CASO: ECPM, sexo feminino, 40 anos, procurou o ambulatório de ORL do HNMD devido quadro de obstrução de fossa nasal esquerda e epistaxe intermitente iniciada há 4 meses, já tendo sido tratada como sinusite em outro serviço sem melhora do quadro.

Nasofibroscopia evidenciou lesão com mucosa lisa e íntegra aparentando origem na área IV de Cottle, tocando corneto médio lateralmente. TC de SPN tecido com densidade de partes moles em fossa nasal esquerda, sem invasão de seios da face. Procedido a biopsia incisional, tendo como diagnóstico histopatológico carcinoma adenóide cístico. Paciente submetida à ressecção tumoral completa por via endoscópica com controle de margens por congelação. Devido ao estágio inicial (T1N0M0) e as margens cirúrgicas livres, optou-se pela não realização de radioterapia adjuvante, estando a paciente em acompanhamento há 20 meses sem sinais de recidiva local ou metástases à distância.

DISCUSSÃO: Invasão perineural é característica destes tumores e ocorre em até 60% dos casos. Este é um importante fator na recorrência local tumoral. Metástase cervical é rara e ocorre em apenas 8-13% dos pacientes. Metástase a distancia pode ocorrer em até 50% dos doentes durante o curso da doença, com os pulmões e ossos como sítios mais comuns. O tratamento de escolha para o CAC é a excisão cirúrgica completa da lesão  com boa margem de segurança. Radioterapia é obrigatória quando não se obteve margens livres e em doença localmente avançada. Longo tempo de follow-up é necessário porque recidiva local e metástases à distância podem ocorrer tardiamente no curso da doença. No caso relatado, devido ao estágio inicial da doença e ressecção cirúrgica com margens livres, optou-se por não realização de radioterapia. A paciente encontra-se em acompanhamento há 18 meses sem sinais de recidiva tumoral.

CONCLUSÃO: O diagnóstico em estágios iniciais permite, na maioria das vezes, ressecção tumoral com margens livres e maior chance de cura com baixa morbidade. Radioterapia adjuvante é reservada para tumores localmente agressivos. Longo prazo de vigilância clínica é obrigatório porque recidivas locais ou doença metastática são freqüentes.

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