Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-119

TÍTULO: BIÓPSIA DE LINFONODO SENTINELA EM CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE CABEÇA E PESCOÇO COMO TRATAMENTO CIRÚRGICO SELETIVO DO PESCOÇO CLINICAMENTE NEGATIVO (CN0) SEM ESVAZIAMENTO CERVICAL ELETIVO

AUTOR(ES): CARLOS TAKAHIRO CHONE , GUILHERME MACHADO DE CARVALHO, ELBA ETCHEHEBERE, CELSO DARIO RAMOS, ALBINA MESSIAS DE ALMEIDA MILANI ALTEMANI, LEANDRO L. FREITAS, AGRÍCIO NUBIATO CRESPO

INSTITUIÇÃO: DISCIPLINA DE OTORRINOLARINGOLOGIA CABEÇA E PESCOÇO, ANATOMIA PATOLÓGICA, MEDICINA NUCLEAR/ UNICAMP

INTRODUÇÃO: A conduta de um pescoço negativo clinica e radiologicamente em pacientes com carcinoma epidermóide inicial da cabeça e pescoço (CECP) ainda é controversa e, sentinela é um procedimento descrito recentemente que ganhou um papel proeminente na gestão dos tumores em estágio inicial. Entretanto a maioria dos pacientes são submetidos a esvaziamento cervical eletivo (ECE) quando se sabe que apenas aproximadamente 20% apresenta doença oculta. Como em vários outros tumores sólidos, a biópsia do linfonodo sentinela (LNS) está emergindo como um método potencial para a realização de metástase linfática em CECP. Tem sido demonstrado que o estado do linfonodo sentinela prediz a presença de metástase na cadeia linfonodal cervical. Vários estudos de validação revelaram taxas de detecção do linfonodo sentinela em carcinoma epidermóide acima de 95% e o valor preditivo negativo de linfonodo sentinela negativo de 95%.

OBJETIVO: Avaliar pacientes com CECP com pescoço clinicamente negativos que são candidatos a esvaziamento cervical eletivo tratados com LNS sem esvaziamento cervical eletivo. 

METODOLOGIA: Estudo clínico, prospectivo, não randomizado.

RESULTADOS: Este grupo é composto por 53 pacientes, sendo composto por 87% de homens, idade média de 59 anos (38-81 anos), com média de seguimento de 23 meses (1-59 meses). O local mais prevalente de tumor primário foi a cavidade oral (53%), seguida de orofaringe (26%) e laringe (21%). Dezessete por cento foi classificado como T1, 45% foram classificados como estádio T2, 34% como estádio T3, e 0,04% como estádio T4. Quinze pacientes(28%) tiveram linfonodo sentinela positivo, e 54,4% destes foram submetidos a radioterapia adjuvante para o controle da doença (perineural, invasão tumoral vascular e marginal), dos quais um apresentou recidiva cervical (7%) sem recidiva local. Destes pacientes com LNS positivo, quatro apresentaram recidiva local, sem recidiva cervical. Nos pacientes com LNS negativos(38 pacientes), houve paciente com recidiva local e nenhuma recidiva cervical(0%). Até o presente momento nove pacientes foram a óbito, quatro do grupo de pacientes com LNS(+) dos quais um morreu de recidiva local, outro de recidiva cervical, e outros dois secundários a tratamento adjuvante(RTX e QTX) com pneumonia e outro insuficiência renal aguda, o primeiro sem doença. No grupo LNS negativos houve cinco óbitos de causa clínica, nenhum deles relacionado ao câncer, onde apenas um apresentava recidiva local e teve complicações da quimioterapia.

CONCLUSÃO: LNS em câncer de cabeça e pescoço apresenta alto valor preditivo negativo, alta precisão e baixa taxa de recidiva, mesmo aplicado sem esvaziamento cervical eletivo. É importante notar que nenhum estudo randomizado de tamanho amostral suficiente existe na literatura, mas os estudos preliminares mostram uma nova perspectiva no câncer de cabeça e pescoço. 

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