Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-118

TÍTULO: BAHA BILATERAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

AUTOR(ES): THIAGO ALVES ALCÂNTARA , MARÍLIA PINHEIRO VASCONCELOS, LOREN DE BRITTO NUNES, MARCOS COELHO JUNCAL, NILVANO ALVES DE ANDRADE

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA BAHIA - HOSPITAL SANTA IZABEL

INTRODUÇÃO: O BAHA (Bone Ancorade Hearing Aid) apresenta-se como um dispositivo para reabilitação de pacientes com perda auditiva condutiva. Através de um microfone, amplificador e um transdutor de vibração fixado no osso temporal consegue transmitir a energia sonora para a cóclea utilizando-se da condução óssea. Seu uso apresenta várias indicações, como: atresia de conduto auditivo, otosclerose, microtia, e representa uma importante solução auditiva para pacientes com ouvido único que apresentam perda condutiva.

RELATO DE CASO: Paciente com 31 anos, sexo feminino, com síndrome de goldenhar apresentando alterações de pavilhão auditivo e atresia de conduto auditivo externo bilateral. Fez uso de vibrador ósseo bilateral ancorado com fita desde os 4 anos. Apresentava área de reabsorsão óssea devido a pressão exercida pelo aparelho no osso temporal.Foi submetida a primeira cirurgia para implante do BAHA em temporal esquerdo em setembro de 2009. A paciente evoluiu apresentando melhora importante da qualidade e intensidade sonora percebida. Após 6 meses a paciente foi submetida a implante seqüencial em ouvido direito. Apresenta melhora da localização sonora e incremento em sua qualidade de vida. A audiometria de campo revela melhora dos limiares auditivos em todas freqüências.

DISCUSSÃO: Alguns estudos demonstram que pacientes com perda auditiva simétrica preferem a utilização de aparelhos de amplificação sonora convencionais bilateralmente. A utilização do BAHA bilateral também é vista de forma positiva pelos pacientes. O questionamento inicial em relação ao uso do BAHA bilateral baseava-se na teoria que o uso unilateral poderia estimular ambas cócleas pela vibração óssea. No entanto, foi demonstrado que existe uma atenuação transcraniana, especialmente em altas freqüências e quanto mais perto está o transdutor da cóclea melhores serão os níveis de resposta. Neste relato não são notadas diferenças de limiar tonal significativas quanto ao uso de BAHA unilateral e bilateral. Isto é explicado pelo fato que a audiometria é de campo e o som emitido pelos autofalantes estimulam os dois implantes. A melhora da localização sonora é outro importante fator. Os pacientes com implante bilateral conseguem estimar com maior precisão a localização da origem sonora.

CONCLUSÃO: O BAHA bilateral mostrou-se uma ótima ferramenta de amplificação sonora em casos selecionados de perda auditiva condutiva, possibilitando reabilitação auditiva com diminuição dos limiares auditivos e maior capacidade de localização sonora, promovendo reinserção social e melhoria na qualidade de vida.

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