Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-110

TÍTULO: AVALIAÇÃO ENTRE A INCISÃO TIPO RITIDECTOMIA MODIFICADA E O ACESSO CLÁSSICO CERVICOMASTÓIDEOFACIAL PARA A ABORDAGEM CIRÚRGICA DE NEOPLASIAS DE PARÓTIDA.

AUTOR(ES): AGNALDO JOSÉ GRACIANO, CARLOS AUGUSTO FISCHER, SERGIO JOSÉ FERREIRA, RODRIGO FONTANA, MARIA ROBERTA CARDOSO MARTINS, DANIEL LOBO BOTELHO

INSTITUIÇÃO: SERVIÇOS DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO - HOSPITAL SÃO JOSÉ - JOINVILLEIT

INTRODUÇÃO: A utilização da incisão tipo ritidectomia modificada para a abordagem de neoplasias de parótida teve sua aplicação clínica aumentada a partir dos anos 90 quando foi demonstrado que esse tipo de abordagem pode resultar em melhor aspecto estético da cicatriz cirúrgica com resultados oncológicos comparáveis àqueles obtidos pela incisão clássica. Contudo, ainda existem poucos estudos comparativos dos aspectos clínicos, cirúrgicos e funcionais de pacientes operados devido neoplasia de parótida pela incisão tipo ritidectomia modificada e a incisão cervicomastóideofacial.

OBJETIVO: Comparar os aspectos clínicos, cirúrgicos e funcionais de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de tumores de parótida abordados pelos acessos tipo ritidectomia modificada ou cervicomastóideofacial.

METODOLOGIA: Estudo retrospectivo  dos dados de prontuário de 95 pacientes submetidos a parotidectomia pelos serviços de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço entre Março de 2004 e Março de 2010 serviram como amostra inicial do estudo. Entre estes foram selecionados pacientes com tumores sólidos de parórita e diagnóstico citológico ou supeita clínica inicial de neoplasia benigna submetidos a cirurgia. Os dados de idade, tempo de internação, volume de secreção drenada no pós-operatório, tamanho do tumor, volume da parótida ressecada, ocorrência de disfunção temporária e tardia do nervo facial e a presença de fístula salivar dos pacientes operados pelo acesso tipo ritidectomia modificada  (n=30 - Grupo A) foram comparados aos dos pacientes operados pelo acesso cervicomastóideofacial (n=30  - Grupo B).  A análise estatística dos dados foi efetuada utilizando-se SAS versão 9.2 (Statistical Analysis System, Cary, NC, USA) e as probabilidades de significância (valores de p) apresentadas foram do tipo bilateral e valores menores que 0.05 foram considerados estatisticamente significantes.

RESULTADOS: Foram observadas diferenças estatisticamente significantes para idade (Média 34,93anos no Grupo A e 47,30 anos no grupo B, p=0,0003), volume da peça cirúrgica ( Média 34,29 cm3 Grupo A e 48,12 cm3 Grupo B, p=0,0428), e  ocorrência de disfunção do nervo facial temporária ( 23,33%  Grupo A versus 73,33% Grupo B, p=0,0001) e tardia ( 10% Grupo A versus 36,7% grupo B, p=0,0146) . Demais variáveis analisadas apresentaram resultados comparativamente semelhantes entre os dois grupos.

CONCLUSÃO: A incisão tipo ritidectomia para tumores de parótida foi indicada mais freqüentemente para pacientes mais jovens, possivelmente pelos melhores resultados estéticos associados a essa incisão. A abordagem via ritidectomia esteve associada à dissecção mais limitada da área parotídea o que provavelmente resultou em menor ocorrência de disfunção temporária e tardia do nervo facial. Diante destes dados recomenda-se a utilização da incisão tipo ritidectomia modificada também para pacientes mais idosos devido aos melhores resultados funcionais associados com essa abordagem.

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