Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-106

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO HIPERPARATIREOIDISMO

AUTOR(ES): ÉRICO VINÍCIUS CAMPOS MOREIRA DA SILVA , EMANUEL CELICE CASTILHO, GLÁUCIA MARIA FERREIRA DA SILVA MAZETO, JAQUELINE COSTA TEIXEIRA CARAMORI, JOSÉ VICENTE TAGLIARINI

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP

INTRODUÇÃO: Hiperparatireoidismo é a condição clínica em que ocorre aumento dos níveis do Paratormônio. Pode ser primário, ou seja por uma hiperfunção das paratireóides ou secundário, em que um malfuncionamento renal leva ao aumento secundário do hormônio. Há, ainda a forma terciaria, em que as glândulas paratireóides mantém sua hiperfunção mesmo após a correção do mal funcionamento renal. Este estudo objetivou avaliar os casos de hiperparatireoidismo tratados cirurgicamente em nossa instituição de 2001 a 2010.

MATERIAL E MÉTODO: Avaliação retrospectiva de dados dos prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia das paratireóides no período entre 2001 e 2010. No grupo com NEM 1(neoplasia endócrina múltipla tipo 1) e hiperparatideoidismo secundário/terciário, a técnica utilizada foi a de ressecção total com reimplante de fragmentos no músculo esternocleidomastoideo ou em musculatura do antebraço.

RESULTADOS: Foram tratados cirurgiamente 32 pacientes no período estudado, sendo 22 mulheres e 10 homens. Foram diagnosticados como hiperparatireoidismo primário 20 casos, sendo desdes 3 síndromes NEM 1. A média de idade nesse grupo foi de 52 anos, sendo 80% do sexo feminino. A osteopenia/osteoporose foi a manifestação clínica mais frquente nesse grupo (50%), seguida de calculose renal (45%) A média do PTH pré operatório nesse grupo foi 275,5 ± 263,2 pg/dl e pós operatório 63,6 ± 69,6 pg/dl(valor p = 0,0001). A média do  calcio pré op foi 11,2 ±1,1 mg/dl e do cálcio pós operatório foi 9,5 ± 0,9 mg/dl(p<0,0001). A média da calciúria de 24 h caiu de 338,9 ± 156,8 mg/24h para 188 ± 157,3 mg/24h (p<0,0001) Foram tratados 12 casos de hiperparatireoidismo secundário ou terciário, com uma média de idade de 41,6 anos, com igual distribuição dos sexos. Dois casos aguardam reoperação. Dentros os 10 casos tratados com sucesso, a média do PTH pré operatório nesse grupo foi 1389,9 ± 838,8 pg/dl e pós operatório 78 ± 64,4 pg/dl (valor p = 0,0002). Houve queda do fósforo de 6,32 ±1,8 mg/dl para 4,21± 1,6 mg/dl sem queda significante do cálcio. Nos grupos que foram submetidos ao reimplante de fragmentos de glândulas com controle do hiperparatireoidismo (13 pacientes) houve uma queda do PTH de 1099,2 ±913 pg/dl para 64,4±61,7 pg/dl (p<0,0002) Nos pacientes em que o sintoma mais freqüente nessa população foi a dor óssea (25 %) Nesse grupo US pré operatório teve sensibilidade de 69%. A cintilografia com sestamibi teve sensibilidade de 93%.

DISCUSSÃO: Pode-se observar bom controle do hiperparatireoidismo em pacientes com forma primária, manifestada pela redução dos níveis de PTH, cálcio, calciúria e na forma secundária/terciária pela queda nos valores de PTH, assim como do fósforo.

Sabe-se que o controle clínico e laboratorial apesar de não reverter todas as seqüelas da longa exposição aos níveis elevados de PTH, pode, no entanto, impedir a progressão da doença óssea e da cardiotoxicidade.

CONCLUSÕES: A paratireoidectomia convencional para tratamento da forma primária, assim como a paratireoidectomia total com reimplante mostraram-se eficientes no controle do hiperparatireoidismo na população estudada.

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