Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-093

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA NEUROTOXICIDADE NA VIA AUDITIVA CENTRAL EM PACIENTES TRATADOS POR QUIMIOTERAPIA COM CISPLATINA

AUTOR(ES): LUCAS MOURA VIANA , ANDRÉ LUÍS LOPES SAMPAIO, SHARLENE CASTANHEIRA DE PÁDUA PUPPIN, RAFAELA AQUINO FERNANDES LOPES, LEONARDO MORAIS PAIVA, CARLOS AUGUSTO COSTA PIRES DE OLIVEIRA, NILDA AGOSTINHO MAIA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INTRODUÇÃO:

A cisplatina é um quimioterápico indicado para o tratamento de vários tumores sólidos. Está bem definido o dano coclear e vestibular causado pela cisplatina por estresse oxidativo nas células ciliadas, porém, apesar de alguns estudos mostrarem neurotoxicidade, tem-se poucos relatos a respeito da neurotoxicidade especificamente na via auditiva central.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram avaliados dez pacientes entre 3-19 anos que foram tratados com cisplatina em altas doses. Esses foram submetidos a uma avaliação audiométrica completa, inclusive com o exame potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) depois do término do tratamento. Foram analisados as latências absolutas das ondas I, III, V e os interpicos I – III, III – V e I – V. Esses dados foram comparados aos dados de pacientes controles do mesmo sexo e da mesma idade, sem história prévia de alterações otológicas. Para análise estatística da significância dos resultados foi utilizado o teste de Mann-Whitney, considerando-se uma diferença significativa entre as médias quando p<0,05. O software utilizado foi o SPSS.

RESULTADOS

Ao avaliar os resultados do PEATE, observa-se que somente um paciente apresenta atraso nas ondas I e V da orelha direita. Duas crianças apresentaram aumento do interpico I-III, uma no interpico III-V e nenhuma, no interpico I-V. Não houve significância estatística ao comparar os interpicos entre as crianças casos e controles, considerando um intervalo de confiança de 95%.

DISCUSSÃO

Nos últimos anos, a influência de agentes quimioterápicos na função auditiva, especialmente a cisplatina e carboplatina, foi estudada por alguns pesquisadores a partir das manifestações de sintomas auditivos como o zumbido e alteração da sensibilidade auditiva por alguns indivíduos em tratamento. Desta forma, o poder de ação ototóxica destes agentes vem sendo documentado, especialmente na população pediátrica. Entretanto, nenhum trabalho avaliou a neurotoxicidade das vias auditivas centrais.

CONCLUSÃO

Apesar de não haver diferença estatisticamente significante, existem alterações individuais, o que pode sugerir uma neurotoxicidade das vias auditivas centrais.

Fechar