Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-092

TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE APGAR E TESTE DE EMISSÕES OTOACÚSTICAS POR PRODUTO DE DISTORÇÃO

AUTOR(ES): ANNA MILENA BARRETO FERREIRA FRAGA; MATHEUS VINICIUS DE AQUINO ROCHA; RAÍSSA VARGAS FELICI; MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES; FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO; MARCOS MARQUES RODRIGUES; LUIS FRANCISCO DE OLIVEIRA

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA

Introdução:

A deficiência auditiva (DA), no Brasil, tem sido diagnosticada por volta de dois a três anos de idade. Até então a criança perde as informações auditivas e interrompe o processo de comunicação. Os critérios gerais de indicadores de risco para DA são: história familiar de DA hereditária, infecções intra-uterinas, anomalias crânio-faciais, baixo peso ao nascer (<1500g), hiperbilirrubinemia, drogas ototóxicas, meningite bacteriana, ventilação mecânica, achados associados com síndromes que incluem DA, permanência em incubadora por mais de 48h, pais consanguíneos, soro positividade para HIV dos pais, uso de álcool e/ou drogas pelos pais e índice de Apgar (IA) baixo, indicando asfixia perinatal. O IA tem como objetivo avaliar a vitalidade fetal ao nascimento e necessidade de cuidados adicionais para determinados bebês. O IA varia de 0-10 e avalia cinco sintomas objetivos: freqüência cardíaca, respiração, irritabilidade reflexa, tônus muscular e cor. A importância do IA como indicador de risco para a morbimortalidade neonatal tem sido ratificada. Há consenso de que IA entre 7-10 significa bebê sadio que provavelmente não terá problemas futuros. O índice <7 é sinal de alerta.

 

Objetivo:

Observar a desempenho de bebês que apresentaram IA<7 no primeiro e/ou quinto minutos, no teste de emissões otoacústicas por produtos de distorção (EOAPD).

 

Material e métodos:

Foram observados os resultados de 577 bebês que apresentaram IA<7 no primeiro e/ou 50 minutos de vida no EOAPD, entre 03/2007 e 05/2010. O teste foi realizado com o modelo Ero Scan, fabricado por Maico nos EUA, apresentando como resultado passa ou falha. Análise feita no SPSS 15.0 para Windows.

 

Resultados:

Analisamos 577 bebês entre 3 e 384 dias de vida, com média de 21,6 ± 29,8 dias. Todos apresentando índice de Apgar menor que sete, variando de zero a seis, no primeiro minuto sendo que 10,31% mantiveram o apgar baixo no quinto minuto. Todos foram submetidos ao EOAPD, sendo 85,5% apresentando como resultado passa e 14,5% como falha. O teste de qui-quadrado foi aplicado para avaliar a correlação do apgar baixo no quinto minuto com a falha na otoemissões com p= 0,191; estatisticamente não significante.

 

Discussão:

O IA avalia o bebê imediatamente ao nascimento, podendo caracterizar um mau estado deste, que decorreria de inúmeras causas. São diversos os fatores de risco indicadores de DA.

O fato de não ter sido aprovado no teste de triagem por EOAPD não significa que o bebê não seja ouvinte, mas leva a um diagnóstico e terapêutica mais precoce quanto a condição auditiva.

 

Conclusão:

O baixo índice de apgar não se relaciona significantemente com a falha nas otoemissões, porém, se mantêm como importante fator de risco para DA.

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