Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
TRABALHO CLÍNICO
P-091
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA OBSTRUÇÃO NASAL NA SÍNDROME DA APNÉIA DO SONO.
AUTOR(ES): MARCOS MARQUES RODRIGUES , RALPH SILVEIRA DIBBERN, MARCELO FERNANDO BELLA, FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO, MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES
INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA
INTRODUÇÃO
Obstrução nasal (ON) é um sintoma comum atingindo 25% da população. A hipertrofia de cornetos inferiores (HCCI) figura como a principal causa de obstrução nasal. Cerca de 20% da população européia tem obstrução nasal crônica causada pela HCCI. A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do SONO (SAOS) atinge cerca de 32,9 % da população adulta. Obstrução nasal é associada com o aumento de eventos de apnéia do sono, principalmente pelo aumento da pressão negativa imposta às vias aéreas durante a inspiração.
OBJETIVO
Avaliar a influência da obstrução nasal sobre a avaliação clínica e diagnóstica da SAOS
MATERIAIS E MÉTODOS
Avaliação prospectiva de 51 pacientes com queixa principal de ronco e história clínica sugestiva de apnéia do sono. Todos os pacientes foram submetidos a um protocolo de avaliação incluindo amnamese, escala de Epworth, escala do ronco de Stanford, exame otorrinolaringológico completo com nasofibroscopia e polissonografia noturna. A obstrução nasal foi avaliada pela Escala de Avaliação Sintomática de Obstrução Nasal validada pela Academia Americana de Otorrinolaringologia. A escala é feita de cinco perguntas sobre a qualidade de vida. Cada pergunta recebe uma nota que varia de 0 a 4. Essas notas são somadas e multiplicadas por 20.
RESULTADOs
O protocolo foi completado com a polissonografia em 38 pacientes que foram incluídos no estudo. O grau de obstrução nasal avaliado pela escala NOSE teve média de 29 ± 28 pontos. Foram realizadas correlações estatísticas pelo Teste de Variâncias de Levene entre a escala NOSE e as seguintes variáveis: Escala de Epworth, índice de apnéia e hipopnéia (IAH), Escala de Stanford e Saturação Média da oxihemoglobina. A média do NOSE nos pacientes portadores de SAOS (IAH>5) foi de 29,21 ± 25 pontos contra 18,63 ± 15 pontos nos pacientes sem SAOS (p=0,032).
DISCUSSÃO
A ON é um sintoma que produz importante interferência na qualidade de vida. A obstrução nasal dificulta a qualidade do sono e exercícios físicos, causa cansaço e irritabilidade. Pacientes com obstrução nasal tendem a fazer maior pressão negativa causando, portanto obstrução das VAS e conseqüentemente dessaturação de oxigênio e aumento do esforço torácico. Em nossa casuística a presença isolada de obstrução nasal avaliada pela escala NOSE se correlacionou estatisticamente significante com a SAOS através da análise do IAH. Na correlação entre as variáveis clínicas de sonolência diurna e roncos não se correlacionaram com a escala NOSE. Os pacientes com saturação média da oxihemoglobina <96% tiveram o NOSE médio maior, porém, não houve correlação significante. Dessa forma observamos que os pacientes com mais queixa de qualidade de vida em relação à obstrução nasal tem tendência a desenvolver SAOS.
CONCLUSÃO
A SAOS é uma doença que acomete principalmente as vias aéreas superiores. Cada da via aérea ponto pode influir de maneira diferente na limitação de fluxo. Quanto maior a queixa de obstrução nasal maior a chance de coexistência da SAOS. Deve-se avaliar a presença de distúrbios respiratórios do sono em pacientes com queixas nasais.