Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-085

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ADENOTONSILECTOMIA NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO EM CRIANÇAS

AUTOR(ES): SILKE ANNA THEREZA WEBER , ANA CAROLINA SILVEIRA, ÉRICO VINÍCIUS CAMPOS MOREIRA DA SILVA, HELENA M. PROTETTI, JOSÉ VICENTE TAGLIARINI

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP

INTRODUÇÃO: O tratamento preconizado para SAOS na criança é a adenotonsilectomia. Mas há crianças nas quais persistem distúrbios respiratórios após a cirurgia, como em crianças obesas, com IAH elevado ou com alterações craniofaciais. OBJETIVOS: Para as diversas faixas etárias de crianças:

§         avaliar o índice de apnéia (IA), índice de hipopnéia (IH), índice de apnéia-hipopnéia (IAH), a saturação percutânea oxigênio (SpO2), antes e após  adenotonsilectomia;

§         avaliar a persistência de distúrbios respiratórios após a adenotonsilectomia.

Métodos: Foram incluídas crianças com idade entre 2 a 12 anos, com diagnóstico de hipertrofia das tonsilas e indicação de cirurgia, e que realizaram polissonografia 1 a 2 meses antes e 3 a 4 meses após a cirurgia. Foram excluídas crianças com S. genéticas e doenças neurológicas. As crianças foram divididas em três grupos por faixa etária: GI- 2 a 4 anos, GII-5 a 8 anos, GIII-9 a 12 anos. Foram obtidos de prontuários idade, gênero, queixas de roncos, respiração oral, pausas respiratórias, sono agitado, despertares noturnos e sonolência diurna. De polissonografias, pré e pós-adenotonsilectomia, foram obtidos IAH, IA, IH, Sat O2 mínima e média. As variáveis foram descritas (médias e desvio padrão) e comparadas entre as diversas faixas etárias através do Teste T-Student (p<0,05). RESULTADOS: Em 55 crianças foi observado sono agitado (83,4%), roncos (76,5%), respiração oral (50%), pausas respiratórias (35,7%), despertares noturnos (32,5%) e sonolência diurna (27,6%), antes da cirurgia. Após adenotonsilectomia, sono agitado persistiu em 74,5%, roncos 42,5%, respiração oral em 36,2%, pausas respiratórias em 19,3%, despertares noturnos em 24,3% e sonolência diurna em 25,6 %. A média de IAH diminuiu após AT de 7,1 para 3,3, o IA de 2,6 a 1,4, o IH de 4,2 a 1,6.  CONCLUSÃO: A adenotonsilectomia melhora a SAOS em crianças, apesar de somente poucas normalizarem o IAH, segundo as normas atuais. Uma segunda PSG deve ser realizada, mesmo quando se obtém melhora clínica do paciente. Comorbidades devem ser pesquisadas e adequadamente tratadas. 

Fechar