Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-075

TÍTULO: ASPECTOS CLÍNICOS E ETIOLÓGICOS DAS PARALISAS DAS PREGAS VOCAIS

AUTOR(ES): RENATA MIZUSAKI IYOMASA, ARIANE ORNELLAS DUTRA, DANIELA DE SOUZA NEVES, EMANUEL CELICE CASTILHO, SILKE ANNA THEREZA WEBER, REGINA HELENA GARCIA MARTINS

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP/DISCIPLINA DE OTORRINOLARINGOLOGIA

Introdução

As paralisias laríngeas podem ser uni ou bilaterais, apresentam causas diversas, destacando-se entre elas iatrogênicas (cirurgias cervico-toracicas, seqüelas de intubação), neoplásicas (tireoideanas, pulmonares, esofágicas, torácicas), infecciosas (doenças granulomatosas, virais), traumáticas (acidente automobilístico, arma branca e arma de fogo) e idiopáticas. Nas unilaterais predominam sintomas de rouquidão e nas bilaterais, dispneia e estridor. O topodiagnóstico exige protocolos de avaliação que contemplem as diversas causas e o trajeto dos nervos envolvidos. Casuística e Métodos – A pesquisa recebeu aprovação pelo comitê de Ética da Instituição, sendo realizado estudo retrospectivo dos pacientes com diagnóstico endoscópico de paralisas laríngeas atendidos nos ambulatórios de ORL da instituição no período de cinco anos. Foram analisados: idade, sexo, lateralidade da lesão e diagnóstico etiológico. Todos os pacientes foram submetidos aos seguintes exames para confirmação do diagnóstico: tomografia de base de crânio, RX de tórax e/ou tomografia, ultra-sonografia de glândula tireóidea e /ou cintilografia, exames bioquímicos e sorológicos. Todos foram submetidos aos exames de videolaringoestroboscopia (Multifunctional Videosystem XE50-EcoX, fonte estroboscópica Atmos,Alemanha), telescópio rígido (70º, 8mm, ASAP). resultados – Foram identificados 79 pacientes (41 F, 38 M), sendo 65 adultos e 14 crianças. As paralisias bilaterais ocorreram em 12 casos (4 adultos e 8 crianças) e unilaterais em 67 casos (61 adultos e 6 crianças). Destas, 35 comprometeram o lado esquerdo e 32 o direito. As etiologias que mais se destacaram nos adultos, em ordem decrescente de freqüência foram: iatrogênica (n-20), idiopática (n-15), neoplásica (n-9; pulmonar - 4, tireoideano - 3; encefálico - 2), infecciosa (n-5) e traumatismo cervical (n-6), traumatismo cranioencefálico (n-4), acidente vascular cerebral (n-3), tromboembolismo pulmonar (n-1), doença neuromuscular (n-1), cisto tireoideano (n-1). Nesses pacientes, as causas iatrogênicas corresponderam à seqüela de cirurgias ortopédicas de coluna cervical (n-8), de glândula tireóidea (n-6) e de cirurgia cardíaca (n-3), além da seqüela de intubação (n-3). Nas crianças, as etiologias de destaque foram: iatrogênica (n-5), idiopática (n-1), infecciosa (n-1), neurológica (n-7), sendo que entre as iatrogênicas destacaram-se as seqüelas de cirurgia cardíaca (n-2) e pós intubação (n-3). Conclusões –Na população estudada, as paralisias laríngeas foram mais freqüentes em pacientes adultos do que em criança. Nos adultos, tiveram maior destaque as causas iatrogênicas e idiopáticas e nas crianças, comprometimento neurológico seguido de causas iatrogênicas. O comprometimento do nervo laríngeo direito foi discretamente inferior ao do lado esquerdo fato este atribuído ao relevante número de seqüelas iatrogênicas de cirurgias cervicais e seqüelas de intubação.Os resultados reforçam a importância da aplicação de protocolos de investigação de topodiagnóstico nas paralisas laríngeas

Fechar