Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-070

TÍTULO: AQUEDUTO VESTIBULAR ALARGADO: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): WILIAN MADUELL DE MATTOS , THIAGO PONTES EUGÊNIO, GISELI REBECHI, GIULIANO AQUINO, ANTÔNIO AUGUSTO LOPES SAMPAIO, ANDY DE OLIVEIRA VICENTE

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO CEMA

INTRODUÇÃO: O aqueduto vestibular é um canal ósseo na porção petrosa do osso temporal que contém o ducto endolinfático, o qual atua com função de filtro metabolicamente ativo que regula o volume e composição da endolinfa. Atravessa a cápsula ótica entre a fossa craniana posterior e uma abertura na parede medial do vestíbulo. A apresentação clínica da Síndrome do Aqueduto Vestibular (SAVA) é variável, podendo manifestar como disacusia congênita ou adquirida na infância,  neurossensorial ou mista. Com o advento da tomografia computadorizada, foi constatado que o achado de aqueduto vestibular alargado é a anormalidade radiográfica mais comum em crianças com perda auditiva neurossensorial, presente em torno de 10% destes.

OBJETIVO: Descrevemos um caso de perda auditiva severa em uma criança que inicialmente fora atribuído à otite média com efusão e na investigação foi encontrado alargamento dos aquedutos vestibulares. Discute-se a investigação.

RELATO DE CASO: Paciente feminina de nove anos de idade procurou Serviço de Otologia do Instituto CEMA com queixas de hipoacusia, amigdalites e otites de repetição. O exame clínico revelou comportamento auditivo suspeito e otoscopia com efusão bilateral. A audiometria tonal e vocal resultou em perda auditiva mista severa a profunda do lado direito e moderada à severa do lado esquerdo com pior padrão em freqüências agudas. As curvas timpanométricas foram tipo B. A tomografia computadorizada (TC) de ossos temporais demonstrou efusão em orelha média e alargamento do aqueduto vestibular bilateral.

DISCUSSÃO: Alargamento do aqueduto vestibular é o achado radiológico mais comum em crianças com perda auditiva neurossensorial. Quando em conjunto com perda auditiva, recebe a denominação de SAVA. O aqueduto vestibular é considerado normal quando não ultrapassa o diâmetro do canal semicircular adjacente ou inferior a 1,5 mm. A perda auditiva associada à SAVA é geralmente bilateral e mista. Expressa-se habitualmente como uma disacusia severa e  de caráter progressivo em um terço dos casos. Foi demonstrado que SAVA pode apresentar perda auditiva mista sem evidência de doença em orelha média em torno de 90%. Também é encontrado em associação com anormalidade em orelha interna. As alterações de orelha interna mais comumente encontradas são a deficiência de septo interescalar entre o giro médio e apical da cóclea e vestíbulo dilatado. O aqueduto alargado pode atuar como uma terceira janela labiríntica patológica causando perda auditiva condutiva por dissipar a energia acústica, produzindo uma queda na pressão sonora no vestíbulo.Pacientes com SAVA devem ser investigados e orientados quanto ao prognóstico da perda auditiva, bem como evitar condições que favoreçam traumatismos ou aumento da pressão intracraniana.

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