Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-052

TÍTULO: ANÁLISE DOS RESULTADOS PÓS-OPERATÓRIOS E INTERCORRÊNCIAS DE MASTOIDECTOMIA NO AMBULATÓRIO DE OTOLOGIA DO SERVIÇO DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM OTORRINOLARINGOLOGIA DE FEIRA DE SANTANA – BA.

AUTOR(ES): LARISSA ROBERTA CAMPOS DE SOUSA , SANDRO TORRES, MILTON PAMPONET, WILSON GAMA JÚNIOR, LEONARDO ROLLA, MIRELLA MELO METIDIERI, FRANCISCO JOSÉ MOTTA BARROS DE OLIVEIRA FILHO

INSTITUIÇÃO: HOPITAL OTORRINOS-FEIRA DE SANTANA/BA

INTRODUÇÃO: O termo “mastoidectomia radical” foi introduzido em 1889 por Von Bergman para cirurgias de colesteatoma com necessidade de limpeza total da mastóide e derrubada das paredes ósseas, posterior e superior, do conduto auditivo externo (CAE), tendo a preocupação de erradicar a doença e exteriorizar a cavidade timpânica e mastóide, para um controle visual direto de eventuais recorrências, permitindo a limpeza desta cavidade pelo CAE. O colesteatoma auricular resulta da proliferação de tecido epitelial estratificado queratinizado na orelha média, mastóide ou osso temporal. O tratamento definitivo desta afecção é a mastoidectomia, com derrubada do meato auditivo externo (cavidade aberta) ou preservação do mesmo (cavidade fechada). Em razão do interesse crescente no desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e de tecnologias que possibilitem a melhora da acuidade auditiva, além da erradicação do colesteatoma adquirido, optou-se pela análise dos resultados pós-operatórios e intercorrências nos pacientes submetidos a mastoidectomia radical no Hospital Otorrinos em Feira de Santana. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo do tipo prospectivo com pacientes portadores de otite média crônica colesteatomatosa submetidos a mastoidectomia radical em um serviço de residência médica de otorrinolaringologia de Feira de Santana – BA durante o período entre 2008 a 2010. RESULTADOS: Foram analisados 31 pacientes submetidos à mastoidectomia radical apos serem diagnosticados com otite media crônica colesteatomatosa. Foi observada a relação entre a infecção da ferida operatória e a percepção auditiva do paciente no pós-operatório imediato de mastoidectomia radical. Destes 17,6% dos pacientes que apresentaram infecção da ferida referiram melhora da audição e 20% apresentaram piora da mesma. Foi analisada também a relação entre a infecção de cirurgia, ou seja, alguma alteração da cavidade no período do pós-operatório imediato. Observou-se que 64,7% dos pacientes que não apresentaram nenhuma intercorrência referiram melhora da percepção auditiva, entretanto apenas 8,3% dos pacientes que tiveram infecção na cirurgia relataram piora da audição. Um dos itens avaliados foi a apresentação da cavidade no final do acompanhamento. Dessa forma podemos observar que dos pacientes que apresentaram granulação na cavidade todos relataram piora na audição. Dos pacientes que relataram melhora na audição 70,6% apresentavam cavidade seca, 11,8% apresentaram granulação e 17,6% apresentaram secreção na cavidade. DISCUSSÃO: A abordagem inicial do colesteatoma pode consistir numa cuidadosa limpeza da orelha e na administração de antibióticos. Esta terapia tem como objetivo deter a supuração e controlar a infecção, não sendo curativo. No presente, a cura é obtida através de tratamento cirúrgico, de preferência em curto prazo, para evitar graves complicações. A adoção do tipo e tática cirúrgicos, muitas vezes, é realmente definida no ato operatório, de acordo com a localização da doença e o estado de comprometimento da orelha média. O principal objetivo consiste na eliminação da doença e da infecção, para se obter um ouvido seco e são. A preservação ou recuperação da audição são metas secundárias. CONCLUSÃO: O tratamento das otites médias crônicas colesteatomatosas deve ser precoce e agressivo, pois a mesma pode acarretar inúmeras complicações. Dessa forma poderemos reduzir a morbimortalidade da doença. Apesar de o objetivo principal da doença ser a erradicação da mesma, podemos observar que com a evolução das técnicas é possível conseguir um bom resultado na qualidade auditiva do paciente.

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