Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-050

TÍTULO: ANÁLISE DE POPULAÇÃO COM DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM DIAGNOSTICADA EM AMBULATÓRIO DE FONIATRIA

AUTOR(ES): MARIANA LOPES FÁVERO , ALFREDO TABITH JÚNIOR, FERNANDO LEITE DE CARVALHO E SILVA, TERESA CRISTINA MENDES HIGINO, ANNA PAULA BATISTA DE ÁVILA PIRES

INSTITUIÇÃO: DERDIC/PUCSP

INTRODUÇÃO: Distúrbio específico de linguagem (DEL) é definido como uma alteração heterogênea no desenvolvimento da linguagem em crianças com limiares auditivos normais, inteligência preservada e sem comprometimentos neurológicos clássicos, como na paralisia cerebral, ou psicológicos específicos, como autismo e psicose. Apesar de não haver distúrbios neurológicos e sensoriais clássicos há alterações perceptuais importantes tanto auditivas como visuais e de coordenação motora caracterizando quadro de disfunção cerebral. Essa característica traz muitos problemas tanto no diagnóstico como na classificação do quadro clínico e por conseguinte no planejamento e execução da terapêutica.

OBJETIVO: Analisar uma população com DEL diagnosticada em um ambulatório de Foniatria e classificá-la segundo seu quadro clínico

METODOLOGIA: Projeto aprovado pela comissão de ética da instituição (protocolo 57/10). Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 68 pacientes pediátricos que  procuraram nossa instituição com queixa de atraso de linguagem no período de agosto 2007 a março 2009 e que foram submetidos a consulta foniátrica. Foram incluídos pacientes com diagnóstico definitivo de DEL no período estipulado. Os dados foram analisados quanto à percepção auditiva, percepção visual, motricidade geral, motricidade oral, antecedentes gestacionais e neonatais, antecedentes familiares para distúrbio de linguagem e agravantes e classificados segundo o quadro clínico.

RESULTADOS: Foram diagnosticados 12 (17,64%) pacientes com DEL, 9 (75%) do sexo masculino e 3 (25%) do sexo feminino com idade média de   8,75± 2,3 . Todos os pacientes apresentaram alteração de memória auditiva, 9 (75%) alteração de discriminação auditiva e de atenção auditiva, 10 (83,33%)de análise-síntese e 5 de compreensão auditiva. Alterações de percepção visual estiveram presentes em 10 (83,33%), alterações de motricidade geral também em 10 (83,33%) pacientes e dispraxia oral em 6 (60%) pacientes. Antecedentes gestacionais e neonatais estiveram presentes em 3 (25%) pacientes e antecedentes familiares em 5 (41,66%). 7 (58,33%) pacientes tinham agravantes ao quadro clínico. 6 pacientes (50%) foram classificados como DEL grupo II, 5 (41,67%) como DEL grupo III e 1 (8,33%) como DEL grupo I.

CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes analisados foi classificada como DEL do grupo II. Os dados levantados reforçam uma disfunção cerebral como causa do atraso de linguagem.

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