Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO EXPERIMENTAL

P-048

TÍTULO: ANÁLISE DE CASOS DE RINOPLASTIAS SECUNDÁRIAS COM A UTILIZAÇÃO DE ENXERTO DE CARTILAGEM COSTAL

AUTOR(ES): ANDRÉ FERNANDO SCHERER, ANDRÉ LUÍS SARTINI, JAYSON JUNIOR MESTI, MARK MAKOWIECKY

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP

INTRODUÇÃO: As seqüelas após rinoplastias primárias são freqüentemente resultantes de um excesso de ressecção do esqueleto nasal e enfraquecimento da arquitetura nasal. Se a arquitetura nasal é enfraquecida sem sua reestruturação, com o tempo, o nariz é suscetível a problemas conhecidos. Os defeitos podem ser corrigidos através da utilização de enxertos de cartilagem obtida de septo nasal, arco costal ou concha auricular. Nós apresentamos nossa experiência com a correção do esqueleto nasal por meio de enxertos de cartilagem costal.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foram avaliados 10 pacientes submetidos a rinoplastia revisional com abordagem externa, utilizando enxerto de cartilagem costal em pacientes que apresentavam queixa de obstrução nasal  e insatisfação estética.

RESULTADOS: Todos os pacientes tiveram uma boa recuperação pós-operatória. Nenhum deles apresentou pneumotórax. Dois pacientes apresentaram laterorrinia. Houve 2 casos que apresentaram celulite no pós-operatório que tiveram resolução completa do quadro com tratamento antibiótico. Não houve caso de necrose cutânea, exposição do enxerto ou reabsorção aparente do enxerto. Um paciente apresentou desconforto torácico temporário no local da retirada da cartilagem costal. Não ocorreu nenhum caso de infecção, cicatriz hipertrófica e quelóide no sítio torácico.

De todos os pacientes tratados, resultados cosméticos favoráveis foram obtidos em 100% dos casos, mesmo nos 2 casos de laterorrinia, com boa satisfação por parte do paciente e do cirurgião e  resultados funcionais subjetivos, adequados em quase todas as casos (90%), com a resolução da obstrução nasal. Um paciente não teve sucesso na correção da perfuração septal e foi o único paciente a manter a queixa de obstrução nasal.

DISCUSSÃO: Quando a quantidade de cartilagem disponível a partir do septo e concha auricular é insuficiente ou quando grande quantidade de cartilagem para enxerto é desejado, cartilagem costal  é uma boa opção. O uso de tecido costal tem duas desvantagens distintas: suscetibilidade a deformar e possível morbidade no sitio doador. Algumas técnicas de manejo podem minimizar a deformação. Acesso aberto ao nariz foi utilizado em todos os casos por permitir uma melhor exposição das estruturas. A grande quantidade de enxerto de cartilagem costal disponível proporciona condições apropriadas para buscar um bom resultado cosmético e funcional.

CONCLUSÕES: A cartilagem costal é uma excelente opção para a reconstrução do dorso e da ponta nasal e proporciona bons resultados funcionais e estéticos, quando bem trabalhada.

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