Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO EXPERIMENTAL

P-043

TÍTULO: ANÁLISE COMPUTADORIZADA DA CRANIOCORPOGRAFIA

AUTOR(ES): FABIO SCAPUCCIN , FLÁVIO SERAFINI, HELOÍSA HELENA CAOVILLA, MAURÍCIO MALAVASI GANANÇA

INSTITUIÇÃO: DEPARTAMENTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAUL

INTRODUÇÃO: Manter o equilíbrio significa manter uma posição estável dos olhos, do tronco e da cabeça sobre o tronco, sem a participação da consciência. Esta tarefa é realizada por mecanismos sensoriais (visual, proprioceptivo, vestibular e auditivo); as vias neuronais; os reflexos espinais e oculares e a resposta muscular.  Falhas neste sistema pode resultar em diversos sintomas como tontura e marchas atáxicas. O objetivo é localizar o mecanismo, via ou sistema efetor que está falhando e a etiologia, propor um tratamento e monitorar a evolução. Utiliza-se a Posturografia, a Nistagmografia, além da anamnese e exame otorrinolaringológico para este fim. A marcha com olhos vendados proposta por Unterberger , foi modificada por Fukuda utilizando passos sobre um circulo dividido em setores de 30 graus, observando que pacientes com tontura apresentavam deslocamento e desvio angular do ponto inicial maior que indivíduos normais. Com o registro fotográfico desta marcha, Claussen propôs mais dois parâmetros e limites de normalidade e a chamou de Craniocorpografia. Estabeleceu-se que desvios angulares acima de 60° para qualquer um dos lados sugerem uma disfunção periférica e oscilações da cabeça ou dos ombros acima de 15,5 cm sugerem disfunção central, ao final de uma marcha de um minuto. Análises computadorizadas de movimentos tridimencionais poderiam sensibilizar a Craniocorpografia.

OBJETIVO: Analisar se os valores de tempo de marcha, deslocamento linear ou total, ângulo de torcicolo, rotação do corpo e oscilação da altura do ombro podem identificar anormalidades na prova de Unterberger-Fukuda digitalizadas em vestibulopatias periféricas.

METODOLOGIA: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição . Avaliou-se 38 pacientes do Ambulatório de Otoneurologia, no período de março de 2001 a março de 2003. Estes eram 10 homens e 28 mulheres, com 18 a 77 anos, apresentando hipóteses diagnósticas como VPPB e doença de meniere. O grupo controle, 21 voluntários sem queixas e exame otoneurológico normal era composto de 10 homens e 11 mulheres com 19 a 34 anos. Todos indivíduos foram submetidos a avaliação otoneurológica. Para a prova de Unterberger-Fukuda com os olhos fechados e os meatos ocluídos, o individuo realizou e contou 80 passos. 10 refletores de luz infravermelha foram afixados nas seguintes posições: hálux, epicôndilo lateral do fêmur, maléolo lateral da fíbula, acrômios, no occipício e mento.  Cada refletor foi registrado por meio do modelo 370, versão 2.01 da linha VICON da Oxford Metrics que captura imagens com seis câmeras sensíveis à luz infravermelha. Ao final do exame, os dados foram armazenados em formato de planilha Excel na qual eram calculados os parâmetros objetivos do estudo.

RESULTADOS: O grupo de estudo apresentou um tempo de marcha e rotação do corpo maior que o grupo controle. Não houve diferença significante entre os dois grupos para deslocamento total e linear, ângulo de torcicolo e oscilação da altura do ombro.

CONCLUSÃO: Os valores de tempo de marcha e rotação do corpo possibilitam a identificação de anormalidades na prova de Unterberger-Fukuda em vestibulopatias periféricas, o que não ocorre com os valores de deslocamento linear ou total, ângulo de torcicolo e oscilação da altura do ombro direito.

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