Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-033

TÍTULO: ALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E CEFALOMÉTRICA EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À SEPTOPLASTIA METZENBAUM

AUTOR(ES): DENISE BARREIRO COSTA , ALINE PIRES BARBOSA, MATHEUS DE SOUZA CAMPOS, ODAIR ADELINO JUNIOR, EDWIN TAMASHIRO, FABIANA CARDOSO PEREIRA VALERA, WILMA TEREZINHA ANSELMO-LIMA

INSTITUIÇÃO: DEPARTAMENTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, USP

INTRODUÇÃO: O tratamento cirúrgico da deformidade septal obstrutiva na infância é um assunto controverso na literatura mundial.  Devido à importância da respiração nasal para o desenvolvimento do terço médio da face, a preocupação com a correção cirúrgica de deformidades do septo nasal tem ganhado adesões nos últimos anos.

As deformidades relacionadas ao septo caudal são causa importante de obstrução nasal na criança. Questionamentos sobre o impacto da septoplastia no nariz em crescimento são freqüentes e trabalhos experimentais em modelo animal têm mostrado diferentes efeitos no crescimento nasal.

Apesar dos estudos longitudinais já realizados em humanos não demonstrarem retardo no crescimento do terço médio facial, poucos utilizaram medidas objetivas da face ou avaliaram os pacientes após a conclusão do crescimento facial .

OBJETIVO: Avaliar se houve alteração no crescimento da face e do nariz em crianças submetidas à septoplastia (técnica de Metzenbaum), no período de 2000 a 2008.

METODOLOGIA: Foram avaliados pacientes submetidos a septoplastia Metzenbaum, com idades entre 10 a 14 anos no momento da cirurgia, e com pelo menos 16 anos no momento da avaliação. A avaliação consistiu de 3 fases: uma entrevista, durante a qual eram questionados sobre a satisfação da estética nasal e patência nasal; a obtenção de medidas antropométricas da face ; e a realização de  uma cefalometria.

RESULTADOS: A avaliação antropométrica demonstrou que a maior parte dos pacientes apresentaram as medidas lineares da face dentro dos parâmetros da variação de normalidade: altura nasal (81,25%), comprimento do dorso nasal (81,25%), protrusão da ponta nasal (87%), largura nasal (87,5%) e comprimento da columela (93%). Na maioria dos casos essas medidas também foram consideradas como ótimas, isto é, dentro do intervalo de ± 1 DP da média. O resultado para o índice facial, medida que avalia a proporção entre a largura e o comprimento da face, também apresentou resultado semelhante.

A cefalométria apresentou os seguintes resutados: medidas lineares dentro da normalidade na maior parte dos casos; protrusão do terço médio (87,5%) e comprimento palatal (87,5%). A avaliação angular da protrusão do terço médio também evidenciou a normalidade na maior parte dos casos (87,5%). Metade dos valores cefalométricos foi avaliada como sendo ótima.

CONCLUSÃO: A correção cirúrgica dos desvios septais caudais pela técnica de Metzembaum parece ser uma técnica segura, sem repercussões significantes sobre o crescimento facial de adolescentes, desde que haja preservação do mucopericôndrio e das áreas de crescimento. Estudos prospectivos maiores e que utilizem de parâmetros objetivos ainda são necessários para ampliarmos a relevância dos estudos retrospectivos realizados até o presente momento. Só assim sabermos a real interferência das cirurgias nasais sobre o crescimento facial e também a idade mínima para a realização de tais procedimentos cirúrgicos.

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