Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-029

TÍTULO: ADENOMA PLEOMÓRFICO DE SEPTO NASAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): MILENA MAGALHÃES DE SOUSA , OTÁVIO MARAMBAIA DOS SANTOS DOS SANTOS, PABLO PINILLOS MARAMBAIA, AMAURY DE MACHADO GOMES, ANA CAROLINA OLIVEIRA MENDONÇA, PATRÍCIA BRANDÃO PANTOJA, LÍLIAN LACERDA LEAL

INSTITUIÇÃO: INOOA(INSTITUTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA OTORRINOS ASSOCIADOS)

INTRODUÇÃO: O adenoma pleomórfico é o tumor benigno glandular mais comum originado na cabeça e pescoço. Ocorre comumente nas glândulas salivares maiores e raramente na cavidade nasal. Alguns autores acreditam ser originado de restos embriológicos persistentes do órgão vomeronasal, outros que são provenientes de células aberrantes no epitélio de revestimento do septo ou ainda secundário de tecido glandular salivar ectópico. Estudos recentes, tem sugerido que o vírus Epstein-barr esteja relacionado com a patogênese dessa lesão.

OBJETIVO: Relato de um caso de adenoma pleomórfico de septo nasal.

RELATO DE CASO: ATJ, 71 anos, sexo masculino, procedente de Salvador, procurou atendimento no serviço de otorrinolaringologia com relato de episódios de sangramento em fossa nasal direita há 1 ano, de pequena quantidade, que melhorava com tampão nasal. Negava dor e história de trauma nasal. Ao exame físico, observou-se à rinoscopia anterior, lesão de aspecto irregular no vestíbulo nasal direito aparentemente inserida na região anterior de septo nasal. O paciente foi submetido a rinotomia lateral para exérese da lesão nasal sob anestesia geral. O estudo histopatológico revelou tratar-se de adenoma pleomórfico com fotomicrografia mostrando tecido escamoso estratificado e células epiteliais formando ácinos em estroma mixóide. O paciente teve evolução satisfatória sem evidências de recidiva da lesão.

DISCUSSÃO: Foi relatado um caso de adenoma pleomórfico de septo nasal, uma localização rara dessa doença, cuja apresentação clínica foi de epistaxe de repetição. O sintoma de obstrução nasal ocorre em cerca de 75% dos pacientes. Menos comumente os pacientes podem apresentar epistaxe e corrimento nasal intermitente. A maioria dos adenomas pleomórficos intranasais ocorre entre a terceira e sexta décadas de vida, e são vistos mais freqüentemente em indivíduos do sexo feminino. O paciente do caso apresentado é do sexo masculino e se encontrava na sétima década de vida, tornando os dados relatados na história  ainda mais incomuns. O diagnóstico diferencial deve ser feito em crianças, com cisto dermóide, encefaloceles e gliomas nasais; em adolescentes   descartar a hipótese de angiofibroma juvenil; e em adultos, com papiloma invertido, plasmocitoma, oncocitoma, histiocitoma fibroso, estesioneuroblastoma, tumores neuroendócrinos e tumores benignos de glândulas salivares menores. O tratamento é cirúrgico, conservador ou radical, dependendo das características evolutivas do tumor. A recidiva dos adenomas pleomórficos é maior naqueles componentes em cuja análise histológica se detecta maior conteúdo mixóide, o qual, ao contrário do que decorre nas neoplasias de glândulas principais, é raro na localização nasal.

CONCLUSÃO: Após afastar outras etiologias mais prevalentes de patologias da cavidade nasal, o adenoma pleomórfico de septo nasal pode fazer parte do diagnóstico diferencial nos pacientes que apresentarem  lesões nasais associadas a epistaxe e obstrução nasal.

Fechar