Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-027

TÍTULO: ADENOCARCINOMA SINONASAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): MANUELLA SILVA MARTINS , PABLO PINILLOS MARAMBAIA, OTÁVIO MARAMBAIA DOS SANTOS DOS SANTOS, AMAURY DE MACHADO GOMES, PATRÍCIA PANTOJA BRANDÃO, ANA CAROLINA OLIVEIRA MENDONÇA, LÍLIAN LACERDA LEAL

INSTITUIÇÃO: INSTITUIÇÃO: INOOA-INSTITUTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA DOS OTORRINOS ASSOCIADOS

INTRODUÇÃO: Adenocarcinoma sinonasal (ACNS) é uma patologia rara com incidência menor que 1:100000 habitantes, compreendendo 4% de todas neoplasias primárias da cavidade nasal e seios paranasais. Os principais sintomas são obstrução nasal e epistaxe, com prevalência maior no sexo masculino. Marceneiros são indivíduos mais expostos, devido à inalação do pó da madeira. Casos esporádicos, não relacionados a fatores ambientais, têm maior incidência no sexo feminino com acometimento do antro maxilar. O tratamento padrão-ouro é ressecção cirúrgica com margens livres associada à radioterapia.

OBJETIVO: um caso de ACSN do tipo intestinal em paciente do sexo feminino.

RELATO DE CASO: MPFS, 55 anos, feminino procurou serviço de ORL com relato de obstrução nasal há 01 ano associada a epistaxe em fossa nasal esquerda, cefaléia frontal e hiposmia. Nega exposição a pó de madeira. Realizada nasofibroscopia que evidenciou, em fossa nasal esquerda, lesão de aspecto polipóide mal definida entre o septo e corneto médio não podendo ser dissociada da concha superior. Na tomografia computadorizada de seios paranasais sem contraste evidenciou imagem de densidade de partes moles em topografia de seio etmóide sem sinais de erosão óssea. Submetida a cirurgia endoscópica nasal para biópsia da lesão. Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório e resultado da anatomia patológica demonstrou ACSN do tipo intestinal, moderadamente diferenciado com marcadores CK 7, CK20 e CDX2 positivos. Encaminhada para oncologista que não constatou tumor em outra localização. Nova abordagem cirúrgica foi realizada para ressecção da lesão e submetida à radioterapia.

DISCUSSÃO: O caso apresentado relata acometimento do seio etmoidal em paciente do sexo feminino sem história de exposição a fatores ambientais. O ACNS apresenta prevalência aumentada em pacientes expostos ao pó de madeira, associação presente em 85% dos casos. Acomete principalmente seio etmoidal em 40%, seguido dos envolvimentos da cavidade nasal em 25%, e antro maxilar em 20%. O diagnóstico deve ser suspeitado através da história clínica e complementado por exames de imagem: tomografia computadorizada para observar invasão óssea e ressonância nuclear magnética para distinguir envolvimento de tecidos de densidades de partes moles de material de retenção sinusal. A confirmação do diagnóstico ocorre após resultado da anatomia patológica. No caso do ACSN a pesquisa dos marcadores imuno-histoquímicos são imprescindíveis para localizar sítio primário da neoplasia. O adenocarcinoma sinonasal do tipo intestinal é localmente agressivo e a maioria dos pacientes apresenta, no diagnóstico, doença avançada com extensão para esfenóide, órbita, antro maxilar e cérebro. O tratamento padrão-ouro é cirurgia associada à radioterapia.

CONCLUSÃO: O ACSN é um tumor raro. Deve fazer parte do diagnóstico diferencial em pacientes com relato de epistaxe e obstrução nasal com epidemiologia positiva e mais raramente nos pacientes não expostos à fatores ambientais.

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