Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-023

TÍTULO: ACHADOS NA VECTOELETRONISTAGMOGRAFIA EM CRIANÇAS

AUTOR(ES): RICARDO SIMAS RAMOS , OTÁVIO MARAMBAIA DOS SANTOS DOS SANTOS, KLEBER PIMENTEL, ANA CAROLINA OLIVEIRA MENDONÇA, MANUELLA SILVA MARTINS, LÍLIAN LACERDA LEAL, TIALA BRANDÃO

INSTITUIÇÃO: INOOA- INSTITUTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA / OTORRINOS ASSOCIADOS EM SALVADOR – BAHIA

INTRODUÇÃO:  A tontura é um sintoma de alteração do equilíbrio corporal que surge quando ocorre conflito das informações vestibulares, visuais e proprioceptivas. A disfunção vestibular na infãncia costuma afetar a habilidade de comunicação, o estado psicológico e o desempenho escolar. A identificação das vestibulopatias na infância é muito complexa devido a inconsistência e inespecificidade das queixas. Novos estudos relacionados à avaliação vectonistagmográfica foram recentemente introduzidos na prática clínica, ampliando o diagnóstica em otoneurologia.

OBJETIVO: Descrever os achados da vectoeletronistagmografia em crianças.

METODOLOGIA: Estudo descritivo. Foram avaliadas 18vectoeletronistagmografia realizadas neste serviço com crianças de idade entre 0 a 14 anos, com queixas vestibulares. Inicialmente foi solicitado aos pais orientar as crianças sobre dieta e não uso de alguns medicamentos 72 horas antes do exame, que possam interferir no resultado. São colocados eletrodos perto dos olhos, analisando a variação do potencial córneo-retinal, na qual foi observado o nistagmo. O aparelho utilizado no estudo foi Contronic SCE, com software específico SVC versão 5.0, uma barra luminosa para os estímulos visuais, um

otocalorímetro Berger OC114 a água para a realização da prova calórica e uma cadeira pendular.

RESULTADOS: Foram avaliados 18 pacientes entre 8 a14 anos de idade, sendo 8 do sexo masculino (44,4%) e 10 do sexo feminino (55,6%). No rastreio pendular 7 pacientes (38,9%) apresentaram rasteio pendular do tipo I; 9 (50%) do tipo II e 2 pacientes (11,1%) do tipo III. Todos os pacientes cursaram com PRPD e optocinético simétricos e não apresentaram nistagmo espontâneo e semi espontâneo durante a realização do exame. Na prova calórica 6 (33,3%) pacientes apresentaram resposta normal, 5 (27,8) deficitárias; todas para esquerda e 7 (38,9%) irritativas.

DISCUSSÃO: Foram revisados 18 prontuários de crianças que compareceram ao serviço para realização da vectoeletronistagmografia. O resultado deste estudo apresentou 18 indivíduos, sendo que 8 do sexo masculino (44,4%) e

10 indivíduos do sexo feminino (55,6%) . Os dados apresentados mostraram concordância com a literatura e conclui-se que não há diferença significativa entre os sexos e as diferentes idades avaliadas. Dos exames avaliados, 3 indivíduos (16,7%) apresentaram exame vestibular normal e 15 indivíduos (83,6%) apresentaram exame vestibular alterado. Na prova calórica 5 indivíduos, apresentaram alteração vestibular do tipo deficitária e 6 indivíduos do tipo irritativa, na literaturaencontramos dados afirmando maior prevalência das síndromes irritativas. As síndromes vestibulares deficitárias apresentam valores próximos entres as orelhas, dado não condizente com nossos achados, que mostraram maior prevalência na orelha direita.

CONCLUSÃO:Existem poucos dados na literatura sobre a avaliação do sistema vestibular de crianças através da vectoeletronistagmografia. Estudos sobre o assunto ainda se fazem necessários.

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