Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-017

TÍTULO: ABSCESSO PERIORBITÁRIO E SINUSITE CRÔNICA: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): ISABEL BARROS ALBUQUERQUE E SILVA , ERICK BARROS ARAÚJO LUZ, JOSÉ PEREIRA DOS SANTOS NETO, LIA ANDRÉA COSTA DA FONSÊCA, LICEANA BARBOSA DE PÁDUA, MARIANE MENDES GIL BARBOSA, TAIRA DE SENNA PEREIRA FONTES IBIAPINA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ- NOVAFAPI

INTRODUÇÃO: A rinossinusite(RS) é uma afecção que se caracteriza pela inflamação da mucosa de revestimento do nariz e dos seios paranasais, sendo uma de suas etiologias a infecção bacteriana (1). Em alguns casos podem ocorrer complicações devido a extensão do processo infeccioso para regiões vizinhas (2). As complicações intraorbitárias são as mais comuns, dentre elas, destacam-se a celulite e o abscesso periorbitários e parecem ser mais freqüentes nas crianças do que nos adultos (3).

RELATO DE CASO: M.L.R.S., sexo feminino, 52 anos, deu entrada num hospital público de Teresina, com história de dor em região orbitária direita há 10 dias, de evolução progressiva, que piorava com a movimentação ocular. Após três dias do início do quadro, a dor intensificou-se, sendo acompanhada de ptose palpebral e edema periorbitário à direita e cefaléia frontal pulsátil. Ao exame: olho direito com acuidade visual preservada, edema bipalpebral, globo ocular sem deformidades e movimentos preservados. TC de face: preenchimento com material de densidade de partes moles em região maxilo etmoidal direita com extensão para a órbita. A paciente foi internada, medicada com antibióticos (Ceftriaxona 2g/dia e Clindamicina 1,8g/dia) e submetida a uma sinusostomia para drenagem de abscesso orbitário através de uncinectomia/etmoidectomia anterior e posterior, antrostomia intranasal, descompressão de lâmina papirácea, abertura do periósteo orbitário com drenagem de secreção purulenta intra-conal. No pós-operatório, foi acompanhada diariamente, evoluindo com resolução completa do quadro. Permaneceu 14 dias internada com antibioticoterapia e lavagem nasal com soro fisiológico. TC de face (pós-cirurgia): sinusopatia inflamatória frontal bilateral e maxilo etmoidal à direita e imagem gasosa na região súpero-medial da órbita direita, sem coleções de aspecto residual. Alta hospitalar com prescrição de antibióticos VO e orientações. DISCUSSÃO: O abscesso periorbitário é definido pela presença de coleção de material purulento entre a periórbita e a parede óssea da órbita. Há inflamação da conjuntiva, dor e restrição da motilidade ocular. Não há diminuição da acuidade visual, e o fundo de olho e os reflexos pupilares estão normais (1). O caso em questão tem características típicas deste abscesso, exceto por não ter ocorrido restrição do movimento ocular. Antes do advento da antibioticoterapia, a prevalência de complicações orbitárias decorrentes da RS era bastante elevada. Algumas séries citam taxas de mortalidade de 17-19% e prevalência de amaurose de 20-33%. Felizmente essas taxas não ultrapassam 5% nos dias atuais após o advento da antibioticoterapia e das modernas técnicas de imagem (4). CONCLUSÃO: Apesar do caso relatado ser uma paciente adulta, as complicações orbitárias parecem ser mais freqüentes nas crianças, devido a íntima relação anatômica entre a cavidade orbitária e o seio etmoidal, assim como à fragilidade da parede etmóido-orbitária, principalmente, nas crianças.

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