Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-014

TÍTULO: ABSCESSO DE EPIGLOTE:RELATO DE CASO

AUTOR(ES): MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES, FAUSTO ANTÔNIO DE PAULA JUNIOR, MARCELO BRUM CORREA

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA

INTRODUÇÃO

A epiglotite é uma inflamação aguda da epiglote e estruturas adjacentes, condição potencialmente fatal, na qual um paciente previamente saudável pode evoluir em horas para um quadro de insuficiência respiratória.No passado, a epiglotite era uma afecção que acometia crianças na faixa pré-escolar. Com a vacina conjungada contra o Haemophilus influenza tipo b, principal agente causador, a incidência da doença invasiva diminuiu cerca de 95% nos países em que realiza-se vacinação. Em contraste, a literatura aponta um aumento da incidência dessa doença em adultos.

RELATO DE CASO

D.D., 74 anos, sexo masculino, admitido no Pronto-Atendimento com quadro de febre, odinofagia, sialorréia, e estridor inspiratório. Evoluiu com insuficiência respiratória sendo submetido a intubação orotraqueal e encaminhado a Unidade de Terapia Intensiva. Apresentava antecedentes de hipertensão arterial, diabetes e DPOC.Realizada nasofibroscopia com visualização de abaulamento na região da epiglote. A tomografia cervical mostrava acentuado edema de estruturas laríngeas supra-glóticas com coleções hipodensas com paredes captantes de contraste associada a gás em seu interior na região da epiglote, a maior medindo 2,6 cm, compatíveis com abscesso. Foi mantido internado em UTI com Ceftriaxone endovenoso e submetido a drenagem do abcesso em epiglote no centro cirúrgico.

DISCUSSÃO

A epiglotite é um processo infeccioso que geralmente se inicia no trato respiratório superior com inflamação nasal e de orofaringe que evolui para celulite de estruturas supra-glóticas por vezes progredindo para um quadro de rápida obstrução de via aérea superior, caracterizando uma emergência clínica.

Em adultos se acredita existirem duas formas diferentes: a forma clássica causada pelo Hib e a supraglotite não relacionada ao Hib. A epiglotite clássica causada pelo Hib relaciona-se a uma apresentação clínica fulminante, com insuficiência respiratória e hemocultura positiva. Na outra forma o curso da doença é mais brando.

O diagnóstico é baseado na história clínica e achados do exame físico que são bastante sugestivos da doença. O uso do nasofibróscopio é muito útil por não exigir manipulação da língua. Exames de imagem também ajudam a confirmar o diagnóstico.

O tratamento da epiglotite pode se dividir em duas fases. Na primeira procura-se estabelecer e manter a via aérea pérvia e a seguir o tratamento clínico da infecção. Em casos suspeitos de epiglote a obtenção de uma via aérea segura em ambiente adequado( emergência, UTI, centro cirúrgico) é a medida prioritária. O uso de cefalosporinas de segunda ou terceira geração é indicado.

A epiglote aguda é uma doença grave que pode evoluir com complicações potencialmente fatais. A formação de abscesso na epiglote decorrente do quadro infeccioso é um processo incomum que deve ser identificado e abordado prontamente para se evitar um desfecho desfavorável.

Fechar