Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-013

TÍTULO: ABSCESSO CEREBRAL COMO COMPLICAÇÃO DE OTITE MÉDIA CRÔNICA COLESTEATOMATOSA

AUTOR(ES): SILVIA MARA TASSO , SALETE MAURICIA MARIOSA RODRIGUES, JEFFERSON DALL'ORTO MUNIZ, RUBENS RIBEIRO DA COSTA JÚNIOR, DENISE CARDOSO TOLEDO, DIOGO VASCONCELOS SILVA, MOISÉS FRANKLIN ALVES

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS CLÍNICAS SAMUEL LIBÂNIO (POUSO ALEGRE-MG)

INTRODUÇÃO: Os colesteatomas são lesões císticas, revestidas por epitélio escamoso estratificado e preenchidas por queratina, que estão localizadas em áreas pneumatizadas do osso temporal. Possuem crescimento gradual e causam erosão óssea, podendo invadir estruturas adjacentes. Hipóteses consideradas são: compressão mecânica, ação osteoclástica, produção de enzimas proteolíticas e citosinas. Seus sinais e sintomas dependem da localização e extensão da doença, podendo permanecer silencioso até se tornar relativamente grande. Manifestações clínicas mais comuns são hipoacusia e otorréia.  Classificação: congênito e adquirido e, estes podem ser primários e secundários. O objetivo primário é a erradicação de todo o tecido anormal, restabelecendo a arquitetura usual do ouvido e o secundário é a manutenção ou restauração da audição. O diagnóstico precoce é de fundamental importância, pois o único tratamento existente para a otite média crônica (OMC) colesteatomatosa é a mastoidectomia. Através desse procedimento, retiram-se as células mastóideas e os focos de colesteatoma, erradicando por completo o foco primário responsável pela infecção do sistema nervoso central.

OBJETIVO: O presente relato des­creve um caso de um paciente do sexo feminino que evoluiu com abscesso cerebral como complicação de otite média colesteatomatosa.

METODOLOGIA: GML, 17 anos, feminino, natural e procedente de Jacutinga, procurou o Serviço de Otorrinolaringologia, com queixa de drenagem de secreção purulenta em região pré auricular de orelha esquerda (OE), acompanhada de dor, abaulamento, hiperemia e calor local. Referia quadros semelhantes e apresentava diagnóstico de OMC colesteatomatosa. Ectoscopia e exame neurológico sem alterações importantes; otoscopia: OE= lesão obstrutiva sugestiva de osteoma em conduto auditivo externo, dificultando visualização de membrana timpânica; drenagem discreta de secreção purulenta em fístula localizada em região pré-auricular esquerda, abaulamento, hiperemia e calor local. À TC ossos temporais: comunicação de cavidade mastóidea esquerda com fossa posterior e alteração de densidade cerebral de fossa média com imagem sugestiva de abscesso cerebral. Realizou-se drenagem cirúrgica de abscesso pré-auricular e antibioticoterapia. Teve boa evolução clínica e sem seqüelas. Recebeu alta hospitalar e agendado retorno para mastoidectomia radical e exérese de osteoma.

CONCLUSÃO: Devido a esse comportamento destrutivo e insidioso, o colesteatoma pode causar uma série de complicações. Podem ser divididas em intracranianas e extracranianas, e são responsáveis por seqüelas graves e até morte do paciente. As intracranianas incluem meningite e abscesso cerebral, entre outras. O abscesso cerebral é a segunda mais freqüente, porém é a mais letal. Os locais mais acometidos são: lobo temporal e cerebelo. De todos os abscessos intracranianos, aproximadamente 60% deles tem como origem uma doença otorrinolaringológica; entre estas, 62% dos abscessos são de causas otológicas, 30% nasossinusais e o restante de outras causas menos frequentes.

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