Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-012

TÍTULO: ABORDAGEM REVISIONAL DE RINOSSEPTOPLASTIA POR RINOLIFTING: RELATO DE CASO.

AUTOR(ES): BERNARDO CAMPOS FARIA , OTÁVIO BÓRIO DODE, RENATO TADAO ISHIE, TARCÍSIO AGUIAR LINHARES FILHO, RACHEL CATÃO DE LUCENA, EDLAINE GOLÇALVES SILVA, JOSÉ LUIZ TEIXEIRA RODRIGUES

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SANTA MARCELINA

INTRODUÇÃO:

A cirurgia revisional do nariz constitui um desafio ao cirurgião. Muitos pacientes procuram o tratamento estético cirúrgico do nariz sentindo-se mais incomodados por sintomas funcionais nasais secundários à rinoplastia do que satisfeitos pelo remodelagem do nariz. Dentre as complicações mais comuns está a insuficiência valvar nasal. A escolha da técnica utilizada na reabordagem deve prezar pela restauração da integridade funcional e estética nasal, orientadas pelas condições técnicas. Cirurgias amplas com exposição extensa da anatomia nasal não são garantia de resultados mais satisfatórios do que intervenções direcionadas às alterações residuais. Descrevemos um caso de paciente em pós-operatório remoto de rinosseptoplastia cursando com ponta caída e insuficiência valvar externa.

RELATO DE CASO:

Paciente feminina, 68 anos, submetida a rinosseptoplastia há 12 anos, com queixa de obstrução nasal aos esforços e ao deitar-se, insatisfeita com a ponta caída. Ao exame  observou-se perda de sustentação da ponta nasal com redução importante do ângulo naso-labial e colabamento das narinas à inspiração forçada e à inspiração normal em decúbito dorsal. Sinais marcantes de envelhecimento facial. Indicou-se cirurgia revisional com levantamento da ponta nasal por rinolifting e ponto septocolumelar.

 Dessa forma, Realizou-se a fixação por fios inabsorvíveis de tecido subcutâneo e aponeurótico da ponta nasal em posição mais cranial , após tração e ancoragem do fio ao periósteo do dorso nasal. A pele foi incisada latero-lateralmente e ressecada 4 mm inferior a incisão, aproveitando os sulcos já existentes. O fechamento da pele foi realizado com fio inabsorvível por pontos simples.  Através de incisão transfixante pré-septal, realizou-se o ponto septocolumelar, com o objetivo de garantir mais sustentação à ponta nasal. Após 1 mês, mantém-se sem queixas de obstrução nasal e satisfeita com o ganho estético nasal.

DISCUSSÃO:

As válvulas nasais são cruciais para a respiração do indivíduo. Elementos anatômicos e funcionais contribuem para este complexo sistema: ângulo nasolabial, estabilidade e configuração das alares, o posicionamento do septo anteriormente além da posição da ponta nasal. Várias são as maneiras de se abordar funcionalmente a válvula nasal. Muitas são também as possibilidades de lesão ao funcionamento dessa estrutura. Ao optar pela técnica de rinolifting, vislumbramos a oportunidade de melhorar estética e funcionalmente o nariz em questão, através de método rápido, de fácil execução e relativamente pouco invasivo. Em contrapartida, houve aumento no risco de cicatriz aparente e recidiva da alteração em prazo mais ou menos longo. Sabe-se que a técnica de rinolifting tem sua indicação limitada a poucos casos, sendo realizada quase exclusivamente em  pacientes idosos, em que a formação de marcas de expressão no dorso nasal permite ocultar a cicatriz operatória. Além disso, a projeção e a sustenção da ponta são menores. A literatura é pobre em estudos sobre a técnica e seus resultados a longo prazo.

CONCLUSÃO:

A técnica de rinolifting pode constar como opção no rol de estratégias cirúrgicas para suspensão de ponta nasal e tratamento de insuficiência valvar externa, quer na rinosseptoplastia revisional, quer na rinosseptoplastia primária, para pacientes selecionados.

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