Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-008

TÍTULO: ABORDAGEM ENDOSCÓPICA AO CARCINOMA NEUROENDÓCRINO DE BASE DE CRÂNIO

AUTOR(ES): ROWILSON CLEBER DE MELO , CARLOS ROBERTO BALLIN, CARLOS AUGUSTO SEIJI MAEDA, JEMIMA HERRERO MOREIRA, DENIS MASSAMITSU ABE, RODOLFO CARDOSO DE TOLEDO FILHO, LUIZ EDUARDO NERCOLINI

INSTITUIÇÃO: SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL DA PUC-PR

INTRODUÇÃO: O carcinoma neuroendócrino de base de crânio é uma doença rara. Sabe-se que o tratamento é eminentemente cirúrgico, porém pela sua baixa incidência nesta localização a abordagem ainda é um tema controverso no que tange suas indicações e a escolha da via cirúrgica. Existem diversas opções de ressecção que vão desde a via externa clássica até as transnasais assistidas por vídeo-endoscopia

OBJETIVO: relatar a abordagem curativa endoscópica assistida a um caso de carcinoma neuroendócrino de base de crânio

RELATO DE CASO: Paciente N.B, feminina, 56 anos, encaminhada ao Hospital Universitário Cajuru apresentando queixa de obstrução nasal progressiva  com evolução de 7 meses, cefaléia, secreção nasal amarelada e proptose de olho direito, sem sintomas sistêmicos. A história mórbida pregressa evidenciava amaurose em olho esquerdo por glaucoma. Negava hipertensão ou diabetes mellitus. Foi submetida a exame físico otorrinolaringológico que evidenciou massa de aspecto esbranquiçado e vegetante ocupando ambas as fossas nasais, parestesia de hemiface à direita, proptose de olho direito com preservação da mobilidade. A avaliação oftalmológica demonstrou amaurose em olho esquerdo e normal em olho direito. Solicitada tomografia de face e ressonânica magnética as quais demonstraram lesão expansiva ocupando toda cavidade nasal e invadindo fossa pterigopalatina, seio cavernoso, cavidade orbitária, nervo óptico, do lado direito. Realizada biópsia da lesão a qual evidenciou no exame anatomopatológico e imunohistoquímica, carcinoma neuroendócrino da base do crânio. Optado pelo tratamento cirúrgico associado à radioterapia focal. A abordagem cirúrgica foi à endoscópica assistida. Procedeu-se a ressecção da lesão com dissecção da fossa pterigopalatina, preservação do nervo óptico, da artéria  carótida interna e do seio cavernoso direitos. Realizada transfusão sanguínea e reposição volêmica intraoperatória devido ao caráter sangrante da lesão. O pós-operatório seguiu sem intercorrências.           A alta hospitalar ocorreu no quinto dia pós tratamento cirúrgico. A paciente foi encaminhada para radioterapia focal realizada no Hospital Sírio Libanês.

RESULTADOS: O follow up realizado através de ressonância magnética demonstrou ausência de recidiva tumoral. Atualmente encontra-se com 2 anos livre da doença.

CONCLUSÃO: O tumor carcinóide de base de crânio é uma doença pouco relatada na literatura, e por isso sua abordagem ainda não e bem definida. A cirurgia endoscópica vem avançando em várias vertentes no acesso à base de crânio. Com esta evolução tecnológica foi e continua sendo possível substituir procedimentos que tradicionalmente utilizavam incisões em face, internação prolongada e tampões nasais extensos, para esse e para outros tumores de base de crânio, e assim como qualquer outro procedimento cirúrgico objetiva alcançar o máximo de sucesso com o mínimo de dano estrutural e funcional.

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