Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-005

TÍTULO: A PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES LARINGEAS NOS PROFESSORES DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE NATAL - RN

AUTOR(ES): MAXIMIANO DA FRANCA TRINETO , PEDRO CAVALCANTI DE OLIVEIRA FILHO, GUSTAVO HENRIQUE MARQUES DE SÁ, IERICEFRAN DE MORAIS SOUZA, DANIELA MATIAS MARINHO AMORIM, MARCELA CORTES ALVES DE SOUZA, JORGE EVANDRO CORREIA FILHO

INSTITUIÇÃO: CLÍNICA PEDRO CAVALCANTI / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

INTRODUÇÃO: A laringe é um importante órgão músculo-cartilaginoso tendo funções de produção do som, respiratória e esfincteriana, usualmente comprometida nas doenças que se manifestam através da disfonia. A voz disfônica do professor pode comprometer as relações de ensino-aprendizagem, uma vez que a compreensão da mensagem pode ser dificultada. O problema de voz soma-se a outros problemas vivenciados pelos professores, dificultando o gerenciamento de seu trabalho, saúde e vida.

OBJETIVO: Verificar a prevalência de patologias em professores da rede municipal de Natal encontradas por vídeolaringoscopia indireta e descrever por sexo, faixa etária e tempo laboral de utilização vocal.

METODOLOGIA: O estudo contou com 173 professores, sendo 16 homens e 157 mulheres, na faixa etária dos 20 aos 59 anos de idade. Todos os sujeitos autorizaram previamente suas participações na pesquisa por meio do termo de ciência e consentimento livre e esclarecido. O exame videolaringoscópio foi realizado por meio de um laringoscópio rígido com angulação de 70° da marca Comeg, sob anestesia tópica spray a base de lidocaína. Foi avaliado a presença de nódulos, fenda, edema de pregas vocais e refluxo laringofaríngeo.

RESULTADOS: O estudo mostrou uma prevalência de alterações laríngeas maior no sexo feminino (85%) do que no sexo masculino (50%). A alteração mais prevalente foi o refluxo laringofaríngeo (60%), com 85 casos, sendo 78 casos do sexo feminino (59% dos problemas nas mulheres) e 7 casos no sexo masculino (88% dos casos masculinos) e estava presente em 49% dos indivíduos. Foram evidenciados em toda a amostra a presença de fenda vocal (20%), nódulos em pregas vocais (14%) e edema de cordas vocais (1%). Em relação à faixa etária, as faixas de 30 a 39 e 40 a 49 anos apresentaram a maior prevalência de casos (85% cada faixa). O refluxo laríngofaríngeo, que foi a patologia mais freqüente da amostra, foi mais significativo na faixa de 40 e 59 anos de idade, totalizando 17 casos (81% dos casos da faixa). E em relação ao tempo de profissão, os professores com mais de vinte anos de profissão foram os que apresentaram a maior prevalência (71%) de sinais de refluxo laringofaríngeo na laringoscopia.

CONCLUSÃO: A disfonia mostrou elevada prevalência em professores da rede municipal de Natal. Nosso estudo sugere que o professor deverá ter treinamento vocal durante sua formação e saber da importância da voz como estratégia preventiva de surgimento de alterações de voz. Bem como obter orientações com relação ao abuso vocal e mau uso da voz. Tratamento de alergias respiratórias e do refluxo faringolaríngeo podem auxiliar na prevenção e no tratamento de disfonias antes tidas como puramente funcionais.

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