Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-001

TÍTULO: A ESTRATÉGIA DE SEGUIMENTO DOS PACIENTES COM CÂNCER DE BOCA DEVE DEPENDER DO TRATAMENTO ADOTADO

AUTOR(ES): PABLO SOARES GOMES PEREIRA , HUGO FONTAN KÖHLER, CARLOS TAKAHIRO CHONE, EDER BARBOSA MURANAKA, ALBINA MESSIAS DE ALMEIDA MILANI ALTEMANI, AGRÍCIO NUBIATO CRESPO

INSTITUIÇÃO: DEPARTAMENTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP

O tratamento dos carcinomas epidermóides de boca e orofaringe pode ser feito por meio de cirurgia associado a não a tratamento adjuvante ou por meio de quimioterapia e radioterapia. Apesar disto, a estratégia de seguimento pós-tratamento para estes pacientes tem sido a mesma na literatura.

O objetivo deste artigo é avaliar se a modalidade de tratamento escolhido afeta o padrão de recidiva e risco de morte e deveria influenciar a estratégia de seguimento.

Este é um estudo retrospectivo, no qual foram incluídos os pacientes tratados por carcinoma de boca em uma única instituição no período de janeiro de 1985 a janeiro de 2005. Foram incluídos todos os pacientes com diagnóstico anátomo-patológico de carcinoma epidermóide (CEC) de boca e sem tratamento prévio. Foram excluídos os pacientes com outros tipos histológicos, tratamento prévio por qualquer modalidade ou tratamento da neoplasia atual por outra técnica que não cirurgia ou radioterapia inicial.

Um total de 117 pacientes consecutivos foram incluídos neste estudo. Havia 97 pacientes (82,9 %) do sexo masculino e 20 (17,1 %), feminino. O tratamento cirúrgico foi adotado em 75 pacientes (64,1 %) e em 60 casos (80,0 %), a radioterapia foi associada em caráter adjuvante. A radioterapia foi utilizada em 42 pacientes, dos quais em 21 pacientes (50 %) a quimioterapia foi também utilizada.

A função de risco mostrou um comportamento diferente para cada grupo, quando controlado para as outras variáveis. O risco dos pacientes tratados sem cirurgia é extremamente elevado a curto prazo, indicando um risco maior de óbito durante o tratamento ou no período pós-tratamento imediato, enquanto o grupo tratado com cirurgia apresenta o risco distribuído de forma mais homogênea ao longo do tempo, com convergência de riscos.

A estratégia de seguimento para pacientes não-cirúrgicos deveria levar em conta estas diferenças e otimizar a detecção de recidivas precoces por meio de seguimento mais intenso no período imediato ao fim do tratamento.

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