Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

AO-56

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE REFLUXO LARINGO-FARINGEO (RLF) EM PACIENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS)

AUTOR(ES): RENATA SANTOS BITTENCOURT SILVA , YUMI TAMAOKI, SANDRA DÓRIA XAVIER, JOSÉ EDUARDO LUTAIF DOLCI, CLAUDIA ALESSANDRA ECKLEY

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: A SAOS tem significante morbi-mortalidade e é considerada um problema de saúde pública por causar sonolência excessiva diurna, risco acentuado de acidentes de trânsito e de trabalho além de complicações cardiovasculares. É descrita na literatura relação entre presença de SAOS e DRGE. SAOS e a DRGE são extremamente freqüentes na população com freqüência de 5 a 20% e 15 a 20%, respectivamente e, em parte devido à obesidade e à idade serem fatores de risco comuns em ambas doenças. OBJETIVO: Este é um projeto piloto prospectivo que visa avaliar a prevalência de sinais e sintomas de refluxo em pacientes com SAOS no Ambulatório de Ronco e Apneia da Santa Casa de São Paulo. MATERIAIS E MÉTODOS: Durante o período de fevereiro a junho de 2010 foram avaliados vinte (20) pacientes que freqüentaram o Ambulatório de Ronco e Apneia da Santa Casa de São Paulo. Em todos os pacientes foi feita anamnese direcionada aos sintomas mais freqüentes de refluxo como o globus faríngeo e pigarro, além da nasofibrolaringoscopia, em busca de achados laringoscópicos sugestivos de refluxo. RESULTADOS: De um total de 20 pacientes, nove (9) eram homens e onze (11) eram mulheres. A amostra apresentou idades entre 12 e 79 anos, com predominância da faixa entre 45 e 65 anos, com média de idade de 50, 5 anos.Com relação aos sintomas, oito (40%) apresentaram queixas de pigarro associado a globus, quatro (20%) de pigarro apenas, dois (10%) de globus apenas, sendo seis (30%) assintomáticos. Quanto aos achados laringoscópicos, apenas um (5%) não apresentava nenhum sinal de refluxo no exame de nasofibrolaringoscopia. Em dezesseis (80%) foi observado edema retrocricoídeo associado a edema interaritenoídeo, em três (15%) havia edema retrocricoídeo, sendo que em nenhum foi observado edema interaritenoídeo isolado. Ainda nos achados laringoscópicos em nove (45%) foi observada hiperemia da laringe e em apenas cinco (25%) havia sinais de paquidermia. DISCUSSÃO: As razões para associação entre DRGE e SAOS não estão completamente estabelecidas. Possíveis explicações incluem o excesso de peso sendo fator predisponente em ambas doenças, a diminuição da pressão intratorárica durante os períodos de apneia facilitando o refluxo e o aumento do número de despertares desencadeando relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago. Nosso estudo condiz com achados da literatura ao encontrar 70% de prevalência de sintomas de refluxo e 95% de prevalência de sinais laringoscópicos de refluxo em pacientes sabidamente portadores de SAOS. CONCLUSÃO: Através deste estudo piloto, foi possível observar uma alta prevalência de sinais e sintomas de RLF em paciente com SAOS.

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