Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TESE

AO-48

TÍTULO: O PAPEL DAS ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DA VIA AÉREA SUPERIOR EM PACIENTES COM SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO NA ADESÃO E SUCESSO AO TRATAMENTO COM APARELHO INTRA-ORAL

AUTOR(ES): RENATO PRESCINOTTO , FERNANDA LOUISE MARTINHO HADDAD, ILANA FUKUCHI, PAULO AFONSO CUNALI, LUIZ CARLOS GREGÓRIO, SÉRGIO TUFIK, LIA RITA AZEREDO BITTENCOURT

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Introdução: A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) apresenta alta prevalência populacional. O tratamento de escolha é o CPAP, porém estão indicados, para casos selecionados, o uso de aparelho intra-oral e as cirurgias da via aérea superior e esqueléticas. Diversos estudos na literatura apontam os principais fatores responsáveis pela não adesão ao tratamento “padrão ouro” (CPAP). Um dos fatores que podem limitar o uso do CPAP é a presença de obstrução nasal. Não existem relatos na literatura que chamem a atenção para a presença de alterações anatômicas na VAS e o uso de AIO. 

Objetivo: (1) Comparar a eficácia do tratamento com AIO entre pacientes com SAOS, com e sem alteração da VAS. (2) Avaliar a adesão do AIO no 120º dia após o início da terapia, entre os pacientes com e sem alterações da VAS. (3) Comparar o exame físico orofaríngeo ambulatorial no ato da entrega do AIO e após 120 dias de seu uso em busca de modificações anatômicas decorrentes do uso do AIO.

Material e método: Foram avaliados 30 pacientes adultos com SAOS leve a moderada e indicação de AIO. Todos pacientes foram submetidos a anamnese e exame físico da VAS e do esqueleto facial, além de medidas da circunferência cervical e IMC, que foi repetido após 120 dias. Os pacientes foram separados em grupos com boa e má adesão ao tratamento e também em relação ao sucesso ou insucesso ao tratamento. As variáveis estudadas em cada grupo foram presença de alterações nasais, alterações faríngeas, alterações esqueléticas faciais, classificação de Mallampati e tamanho das tonsilas palatinas. Antes e após o uso do AIO foi avaliado o exame da VAS para verificar alguma alteração estrutural da mesma.

Resultados: Do total de trinta pacientes dois foram excluídos da amostragem. O sucesso ao tratamento com AIO foi de 53,57%, segundo o critério utilizado. Quanto às alterações faríngeas nenhuma das duas análises (sucesso a adesão) mostrou associação estatisticamente significante. Quanto à presença de alterações nasais, houve um predomínio de pacientes sem alteração nasal entre os pacientes com sucesso comparados àqueles com insucesso ao tratamento com AIO, o que não foi observado em relação à adesão. Não houve diferença em relação a alterações esqueléticas faciais, tamanho das tonsilas palatinas e classificação de Mallampati, tanto para adesão quanto para sucesso ao tratamento. Em relação ao exame físico antes e após 16 semanas do uso do AIO observamos que dos 28 pacientes analisados, 4 apresentaram melhora das alterações faríngeas, o que não caracterizou um resultado estatisticamente significante.

Conclusões: A adesão ao tratamento com AIO não foi influenciada pela presença de alterações de VAS. A eficácia do tratamento com AIO foi significativamente menor nos pacientes com alterações nasais, e não foi influenciada pela presença das demais alterações de VAS analisadas. O exame físico da VAS não sofreu alterações evidentes após o uso do AIO.

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