Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO EXPERIMENTAL

AO-44

TÍTULO: MÉTODO ALTERNATIVO PARA OBTENCÃO DE AMOSTRAS DE MEATO ACÚSTICO EXTERNO E MEMBRANA TIMPÂNICA PARA PESQUISA EXPERIMENTAL

AUTOR(ES): JOÃO DANIEL CALIMAN E GURGEL , CELINA SIQUEIRA BARBOSA PEREIRA, ADRIANA LEAL ALVES, FERNANDO QUINTANILHA RIBEIRO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: Várias são as possibilidades de estudo em ossos temporais de cadáveres, seja para treinamento ou pesquisa experimental. Porém, poucos estudos foram realizados em amostras de cadáveres para pesquisa histológica e imunohistoquímica no epitélio do meato acústico externo e membrana timpânica. Uma das possibilidades para obtenção destas amostras é a remoção de todo o osso temporal. Porém, quando se objetiva a análise apenas do meato acústico externo e membrana timpânica, é possível a utilização de um método mais rápido e que produz inicialmente uma amostra de menor volume e portanto pode ser armazenada e transportada em recipientes menores. Poucos trabalhos explicitam de maneira pormenorizada o método de obtenção e preparação das amostras para serem estudadas.

OBJETIVO: Demonstrar um método alternativo para obtenção de amostras de meato acústico externo e membrana timpânica para histologia e imunohistoquímica.

METODOLOGIA: Antes do início da pesquisa o projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição e aprovado sob o número 052/10. Foram utilizados 30 cadáveres neste estudo. A obtenção das amostras se iniciou após o realização normal da necrópsia. Com o crânio aberto, iniciou-se o corte com a broca encostada posteriormente no sentido do meato acústico externo normal. Terminado o uso da furadeira, com o auxílio de um formão de 20 mm, foi feita uma osteotomia na região do ápice petroso, com lliberação de todas as conexões ósseas. Os remanescentes musculares foram incisados com bisturi e o foi finalmente removida. A amostra foi então colocada em solução de formol tamponado a 10 %. No laboratório de dissecção fragmento foi colocado em suporte próprio para este fim em mesa com microscópio, aspirador e instrumentos adequados para dissecção do meato acústico externo e da membrana timpânica. A pele do meato acústico externo foi completamente dissecada, seguida da dissecção do anel fibrocartilagíneo e da membrana timpânica. O martelo foi mantido junto à membrana timpânica para que fosse facilitada a orientação antero-posterior e supero-inferior da peça durante a confecção dos blocos em parafina. Para que o formado cilíndrico do meato acústico externo junto da membrana timpânica, inicialmente a parafina foi colocada no interior do meato, para depois a peça inteira sem emblocada. A partir daí, foram obtidas secções transversais do meato e membrana timpânica que permitiram o estudo histológico e imunohistoquímico ulterior.

RESULTADOS: A fase de trabalho com o cadáver inicialmente durou 30 minutos para cada amostra, até que a técnica fossa totalmente padronizada, quando pôde ser  obtida em apenas 2 minutos. De todas as amostras obtidas dos cadáveres, devido a fratura e laceração do meato acústico externo pela broca ou pelo formão, 33,3 % (12) das amostras foram descartadas. Durante a fase de trabalho no laboratório de dissecção, cada peça foi dissecada inicialmente em 50 minutos, porém as últimas amostras demandaram apenas 15 minutos cada. Todas as amostras de MAE e MT obtidas mostraram-se viáveis para a pesquisa histológica e imunohistoquímica com a utilização deste método.

CONCLUSÃO: O método descrito neste estudo foi facilmente  exequível, reprodutível e produziu amostras de boa qualidade para serem estudadas, seja por histologia ou por imunohistoquímica. A medida que as amostras sendo obtidas, com uma maior experiência no método, o tempo demandado em cada etapa diminuiu sensivelmente.

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