Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TESE

AO-42

TÍTULO: MEMBRANA DO BIOPOLÍMERO DA CANA-DE-AÇÚCAR: ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA NA ORELHA MÉDIA DOS RATOS.

AUTOR(ES): DÉBORA LOPES BUNZEN MAYER , SILVIO DA SILVA CALDAS NETO, MARIANA LEAL DE CARVALHO, JULIANA GUSMÃO DE ARAÚJO, ANTÔNIO ANTUNES MELO, ROBERTO JOSÉ VIEIRA DE MELLO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Introdução: Um novo biomaterial derivado do melaço da cana-de-açúcar, em forma de membrana, surge para ser testado quanto ao seu uso na cirurgia otológica. Inicialmente há de se estabelecer seu comportamento na orelha média em animais de experimentação. Será utilizada a histomorfometria para avaliar o resultado da interação da membrana do biopolímero da cana-de-açúcar na orelha média do rato. Material e Método: Foi realizado um estudo experimental, prospectivo e pareado com 36 ratos Wistar.  A membrana do biopolímero da cana-de-açúcar foi inoculada através de perfuração transtimpânica na orelha média direita e a fáscia autóloga na orelha esquerda. Após o experimento 24 ratos foram selecionados para análise sendo subdivididos em 3 subgrupos de 8 e sacrificados com 4, 8 e 12 semanas após a cirurgia. A espessura da mucosa da bula e da membrana timpânica (MT) foram medidas. Análise histológica qualitativa e quantitativa foi realizada. Resultados: A média geral da espessura da mucosa foi 64,0µm e da MT foi 27,3µm, no grupo do biopolímero da cana-de-açúcar. No grupo controle os valores foram 42,3µm e 20,1µm, respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significante entre as médias da mucosa e da MT do grupo controle e experimental. O grau do espessamento foi leve na maioria dos casos, em ambos os grupos. Ocorreu exsudato inflamatório na maioria das bulas do grupo experimental. A mucosa da bula diminuiu de espessura ao longo do experimento. Houve três casos de absorção completa do biopolímero no tempo tardio. Discussão: Na análise histomorfométrica partiu-se do princípio que o espessamento da mucosa e da MT pode estar relacionado à agressão sofrida na orelha média. Desse modo, a sua alteração indiretamente indicaria a intensidade da reação inflamatória. Houve exsudato ao redor da membrana do biopolímero da cana-de-açúcar com infiltrado celular na maioria das bulas do grupo experimental e houve apenas um caso de exsudato no grupo controle. Apesar disto não houve diferença estatística nas medidas da histomorfometria entre os materiais, talvez porque a reação inflamatória provocada pelo biopolímero da cana-de-açúcar foi localizada e não comprometeu toda a extensão da mucosa na bula. Houve diferença estatisticamente significativa entre os tempos dentro do grupo experimental com diminuição dos valores da mucosa da bula. A inflamação diminuiu com o tempo, tanto pelos achados qualitativos, com diminuição ou ausência de exsudato no tempo tardio, quanto na avaliação quantitativa, com retorno das médias aos valores normais. Presume-se com isso, que a membrana do biopolímero pode causar inflamação inicial mas que  regride com o tempo. Conclusão: A partir da análise histomorfométrica concluiu-se que o contato da membrana do biopolímero da cana-de-açúcar com a mucosa da orelha média dos ratos apresentou resultados semelhantes ao da fáscia autóloga principalmente no tempo tardio do experimento.

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