Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

AO-35

TÍTULO: FECHAMENTO DE FÍSTULAS INTRAOPERATÓRIAS DE ALTO DÉBITO EM NEUROENDOSCOPIA DA REGIÃO SELAR

AUTOR(ES): HENRIQUE FARIA RAMOS , CARLOS DIÓGENES PINHEIRO-NETO, PEDRO PAULO MARIANI, FABRIZIO RICCI ROMANO, LUIZ UBIRAJARA SENNES, ARTHUR CUKIERT

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DR. EURYCLIDES DE JESUS ZERBINI

Introdução: A ressecção ampliada de tumores hipofisários, a abertura de cisternas e a comunicação com os ventrículos durante a cirurgia são fatores que aumentam consideravelmente o risco de fístula liquórica no pós-operatório. Diante destes casos, a reconstrução do defeito na base do crânio deve ser feita de modo mais agressivo.

Objetivos: Descrever e analisar a técnica de reconstrução endoscópica utilizada pelo nosso serviço em casos de fístulas liquóricas de alto débito, especialmente quando existe comunicação com o sistema ventricular.

Métodos: Sete pacientes com fístulas intraoperatórias de alto débito e exposição de cisternas e sistema ventricular foram estudados. Inicialmente, coloca-se gordura da face lateral da coxa para preencher o espaço vazio deixado pelo tumor. Em seguida, posicionam-se duas camadas de fáscia lata underlay que são apoiadas nos limites da abertura dural, cobertos por uma terceira camada de fáscia lata overlay. Coloca-se cola de fibrina. Uma camada de gordura é posicionada para preencher o recesso clival do seio esfenóide Após a confecção do retalho nasosseptal posterior, mobiliza-se o mesmo para cobrir toda região do defeito. Recobre-se o retalho com Surgicel® e, depois, cola de fibrina. Sobre o retalho, colocam-se duas ou três camadas de Gelfoam®. Finalmente, posiciona-se uma sonda de Foley e se insufla o balão com água para fazer uma contrapressão na área reconstruída. Drenagem lombar externa é, então, realizada.

Resultados: A fístula de alto débito foi selada adequadamente em cinco pacientes. Um paciente evoluiu com fístula liquórica pós-operatória e meningite. Após o tratamento do quadro infeccioso o paciente foi submetido a uma reabordagem para reconstrução do defeito dural, evoluindo com fechamento adequado. Um paciente apresentou hiperdrenagem pela derivação lombar após episódio de agitação psicomotora, evoluindo com pneumoencéfalo extenso. Também necessitou de reabordagem para reposicionamento das camadas da reconstrução.

Conclusões: A reconstrução com múltiplas camadas intradurais e retalhos pediculados, associada à derivação lombar externa mostrou-se efetiva no manejo de fístulas liquóricas de alto débito intraoperatórias onde havia exposição do sistema ventricular.

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