Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
TESE
AO-34
TÍTULO: FATORES DE RISCO PARA A OTITE MÉDIA COM EFUSÃO
AUTOR(ES): FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO , MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES, RAÍSSA VARGAS FELICI, ANNA MILENA BARRETO FERREIRA FRAGA, MARCOS MARQUES RODRIGUES, JANE MARIA PAULINO, LUIS FRANCISCO DE OLIVEIRA
INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE LIMEIRA
Introdução
A otite média com efusão (OME) caracteriza-se pela presença crônica de secreção na cavidade da orelha média, com uma membrana timpânica (MT) íntegra e sem sinais de inflamação aguda, que persiste por no mínimo oito semanas. A incidência é de 27% em estudos baseados nos atendimentos em clínicas; e 7 a 15% quando os estudos são realizados dentro de a comunidade. Constitui a causa mais freqüente de perda auditiva na infância; com implicações na aquisição fala.
Materiais e Métodos
Foram avaliadas 50 crianças entre 1 e 12 anos com diagnóstico de OME uni ou bilateral, confirmados pela otoscopia, associado a curva Tipo B a imitanciometria, sendo excluídas os pacientes com episodio de OMA há menos de 8 semanas.
Na anamnese e exame físico eram avaliados Sexo, Anomalias craniofaciais, Otite media recorrente ( OMR ), episódios de Otorréia e OMA e a se o primeiro episodio ocorreu antes dos 6 meses de idade, Tabagismo passivo, Atraso no desenvolvimento intelectual, permanência em Creche, Antecedentes familiares, sinais e sintomas de Rinite alérgica e Otoscopia. Foi realizado também audiometria para os maiores de 2 anos e radiografia de cavum de todos para avaliar hipertrofia adenoidiana.
Resultados
Entre as 50 crianças eram do sexo masculino 48% e 52% sexo feminino, com idade entre 1 a 12 anos, com idade media de 4,9 anos. Apresentaram anomalias craniofacias 2%; pelo menos 1 episodio de otorréia em 32% dos pacientes; OMR em 46%; com relação a OMA 26% apresentaram o primeiro episodio antes dos 6 meses de idade, 64% apresentou após 6 meses de idade, totalizando 90% dos casos com pelo menos 1 episodio de OMA.
O tabagismo passivo foi encontrado 46% dos casos, Atraso no desenvolvimento intelectual estava presente em 20% da amostra; Entre os menores de 5 anos 68,5% freqüentavam creches; Já os pacientes com antecedentes familiares de OMR / OME eram 20% ; apresentavam rinite alérgica 72 % casos.
A hipertrofia adenoidiana confirmada a radiografia corresponde 80% dos pacientes. E a audiometria, 26% estavam com audição preservada, 69,6% com perda condutiva e 4,3% com perda mista.
Discussão
Dentre os analisados por nossa amostra, a idade apresentou um pico de incidência entre 3 a 5 anos de acordo com a literatura, mas sem predileção por sexo. Entre os fatores com maior associação estavam os episódios de OMA, Tabagismo passivo, permanência em Creches, Rinite alérgica e Hipertrofia de adenóides.
Com relação a perda auditiva presente em 69,6% dos casos, foi superior a media da literatura, mostrando a importância da patologia. E a perda neuro-sensorial compatível com estudo de Marone.
Conclusão
A grande incidência da patologia associada a morbidade devido a disacusia e dificuldade no aprendizado, mostram a importância do conhecimento dos fatores de risco para a OME para seu melhor diagnóstico e tratamento.