Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

AO-25

TÍTULO: CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DO COLESTEATOMA CONGÊNTO

AUTOR(ES): LUIZ CARLOS ALVES DE SOUSA , FÚLVIO CÁLICE FERREIRA, FERNANDA MARRA MARTINEZ, THAILISE GIROTO FERREIRA DA SILVA, PEDRO RANGEL PEREZ, JAYSON PEIXOTO MACHADO, ABÍLIO VILELA DE MORAES NETO

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, ASSOCIAÇÃO PAPARELLA DE OTORRINOLARINGOLOGIA

INTRODUÇÃO: Colesteatoma trata-se do acúmulo de queratina esfoliada dentro da orelha média ou de qualquer área pneumatizada do osso temporal, originando-se de um epitélio escamoso queratinizado. Pode ser congênito ou adquirido. Sua incidência na infância é estimada em 3 a 6 para 100000 pessoas. Estes keratomas usualmente permanecem inativos durante anos. Se eles se tornam infectados, complicações intratemporais, tais quais paralisia facial, mastoidite, labirintite aguda ou petrosite podem ocorrer, da mesma forma que complicações intracranianas, como meningite, encefalite, abscesso cerebral, hidrocéfalo ótico e trombose de seio.

MATERIAL E MÉTODOS: Para estabelecer critérios para o diagnóstico precoce do colesteatoma congênito, com o intuito de evitar suas complicações, foi realizado um estudo retrospectivo de 37 crianças portadoras de colesteatoma congênito da orelha média/mastóide submetidas à cirurgia para erradicar a doença. Foram analisados dados da história clínica, exames físico e subsidiário obtidos de seus prontuários, que pudessem estabelecer uma relação nexo-causal com a doença. 

RESULTADOS: Dados dos prontuários das 37 crianças que, de alguma forma, estavam relacionados com o diagnóstico de colesteatoma congênito são apresentados: (1) Massa esbranquiçada atrás de um tímpano íntegro; (2) Paralisia facial; (3) Sinais de mastoidite; (4) Episódios de otorréia fétida associada a tímpano íntegro; (5) Perda unilateral condutiva ou mista; (6) Otorréia persistente após colocação de tubo de ventilação; (7) Efusão persistente na orelha média; (8) Meningite; (9) Vertigem ou instabilidade; (10) Surdez súbita; (11) Abscesso intracraniano; (12) Cefaléia ou febre de origem indeterminada; (13) Otalgia ou cervicalgia de origem indeterminada.

DISCUSSÃO: A determinação de critérios para o diagnóstico do colesteatoma congênito é de suma importância para o estabelecimento do tratamento cirúrgico o mais precocemente possível no intuito de se reduzir a morbi-mortalidade da doença. Com este propósito indicamos, em nosso protocolo para o diagnóstico precoce desta doença ameaçadora, a realização de um exame de tomografia computadorizada dos ossos temporais para uma criança que apresentar qualquer um dos 13 critérios elencados acima.

O tratamento de escolha para o colesteatoma congênito é cirúrgico. O otologista deve escolher entre os 3 principais procedimentos cirúrgicos para a ressecção da doença: timpanoplastia, timpanomastoidectomia de cavidade fechada e timpanomastoidectomia de cavidade aberta.

CONCLUSÃO: A determinação de critérios para o diagnóstico do colesteatoma congênito é de grande importância para o estabelecimento do tratamento cirúrgico o mais precocemente possível no intuito de se reduzir a morbi-mortalidade da doença.

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