Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TESE

AO-18

TÍTULO: AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA VIA AÉREA SUPERIOR E POLISSONOGRÁFICA DE CRIANÇAS OBESAS

AUTOR(ES): ELI ONIVALDO MARTINELLI , FERNANDA LOUISE MARTINHO HADDAD, GUSTAVO MOREIRA, PRISCILA BOGAR RAPPAPORT, LUIZ CARLOS GREGÓRIO, SÉRGIO TUFIK, LIA RITA AZEREDO BITTENCOURT

INSTITUIÇÃO: UNIFESP E FACULDADE MEDICINA ABC

Introdução: A relação entre a Síndrome da Apnéia Obstrutiva (SAOS) e a obesidade na infância é assunto ainda controverso e os trabalhos com crianças obesas, até então, não incluem uma avaliação sistemática da via aérea superior. O objetivo deste trabalho foi realizar avaliação sistemática da via aérea superior (VAS) e polissonográfica de crianças obesas.

Método: Foram inclusas aleatoriamente 44 crianças obesas acima do percentil 95 de índice de massa corpórea para a faixa etária. O protocolo de avaliação consistiu em questionários, exame físico, nasofibroscopia, polissonografia e exames laboratoriais (glicemia de jejum, Imunoglobulina E sérica e Radio Allergo Sorbent Test).

Resultados: Vinte e dois pacientes (50%) eram do sexo feminino e 22 (50%) do masculino, com média de idade de 7.6 ± 2.5 anos. A SAOS esteve presente em 21 (47,7%) pacientes. Quando comparados quanto ao gênero, apenas o RAST detectável foi mais freqüente no sexo masculino (p= 0.01). Quando comparadas quanto à presença da SAOS, nenhum parâmetro antropométrico e laboratorial mostrou diferenças significantes. Os achados polissonográficos significantes no grupo SAOS foram maior IAH (p<0.001), os despertares breves mais freqüentes (p=0.004) e maior porcentagem do sono REM (p=0.003) e a menor saturação mínima da oxi-hemoglobina (p<0.001). Quanto à avaliação da VAS, a hiperplasia das tonsilas faríngea e palatinas foram os únicos parâmetros que apresentaram maior freqüência no grupo SAOS (p= 0.02 e p<0.001 respectivamente).

Conclusões: A ocorrência de SAOS nessa população pediátrica obesa foi alta e as únicas alterações de VAS que distingue a presença ou não de SAOS foram à hiperplasia das tonsilas palatinas e faríngea, mostrando que mesmo em um grupo de crianças obesas com SAOS o fator anatômico pode ser preponderante. 

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