Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

AO-15

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA COM MANOBRAS DE REPOSICIONAMENTO

AUTOR(ES): LUCIANA DE PAULA VIANA , NÁDIA REZENDE BARBOSA RAPOSO, LETÍCIA RAQUEL BARAKY, LUDIMILA DE OLIVEIRA CARDOSO, MAGNO CUNHA DE SOUZA GUERRA, JOZIENE APARECIDA DE CARVALHO, MARCELO MONTEIRO VIEIRA BRAGA BARONE

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

INTRODUÇÃO: A vertigem postural paroxística benigna (VPPB) é a mais comum das vestibulopatias periféricas em adultos, principalmente no sexo feminino, apresentando como etiologia mais comum a degeneração da mácula utricular. Nos adultos, caracteriza-se por tontura rotatória e nistagmo posicional à mudança de posição da cabeça ou por determinada posição do corpo e, como conseqüência, podem ocorrer quedas e limitações na qualidade de vida dos mesmos, tornando-os limitados físico e emocionalmente. Esse trabalho tem o objetivo de comparar os resultados do "Dizziness Handicap Inventory" brasileiro pré e pós reabilitação vestibular personalizada para pacientes com diagnóstico de vertigem posicional paroxística benigna, avaliando prospectivamente a eficácia das manobras de reposicionamento como tratamento das labirintopatias sobre a qualidade de vida dos pacientes portadores de VPPB.

MATERIAL E MÉTODO: O estudo incluiu 36 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 60 anos, no período de julho de 2009 a maio de 2010.  O instrumento de avaliação da interferência da tontura na qualidade de vida foi o DHI (Dizziness Handicap Inventory) brasileiro aplicado na forma de entrevista para cada paciente. Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Pró-reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora.

RESULTADOS: Anamnese, exame físico e aplicação do questionário pré e pós tratamento foram realizados nos pacientes diagnosticados com VPPB, sendo que 26 eram do sexo feminino e 10 do sexo masculino. Todos os pacientes, antes do tratamento, apresentavam algum prejuízo na qualidade de vida. A média dos escores totais pré-tratamento foi de 56. Foram realizadas, em média, 3 sessões de manobras de reposicionamento. Na alta, todos os pacientes realizaram novamente o DHI brasileiro. A média dos escores totais pós-tratamento foram de 10.

DISCUSSÃO: A quantificação dos efeitos limitantes que uma doença causa na qualidade de vida dos indivíduos pode trazer informações importantes, tanto para direcionar uma terapêutica adequada, ou até a mudança desta, pois traz informações sobre a evolução dos sintomas e o reflexo desses sintomas nos aspectos físicos, emocionais e funcionais. Apesar de ser muito comum, a VPPB é negligenciada por muitos profissionais de saúde. É importante destacar que, apesar de ser classicamente considerada uma patologia benigna, o impacto individual sobre seus portadores e as suas conseqüências para a coletividade não podem ser desprezados merecem ser considerados. O esclarecimento do paciente sobre o que são as manobras, como são realizadas, quais suas características e o que se pode esperar desse método terapêutico é fundamental para a compreensão e a confiança do paciente na realização dos exercícios.

CONCLUSÃO: As manobras de reabilitação contribuem para a diminuição das crises vertiginosas e para a melhora da autoconfiança da paciente, em relação ao seu equilíbrio. Tais procedimentos proporcionam ao paciente redução no quadro vertiginoso, certamente melhorando sua qualidade de vida. O canal semicircular mais comumente acometido foi o posterior e com relação ao sexo, a prevalência de VPPB é maior no sexo feminino. Todos os pacientes apresentaram uma diferença entre os escores pré e pós-tratamento maior que 32 pontos e referiram melhora significativa dos sintomas.

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