Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TESE

AO-11

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DAS VARIAÇÕES ANATÔMICAS OBSERVADAS EM TOMOGRAFIAS DE SEIOS PARANASAIS DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA

AUTOR(ES): MÁRIO ORLANDO DOSSI , HENRIQUE FERNANDES DE OLIVEIRA, CAIO ATHAYDE NEVES, MIRELA ALVES DIAS MARTINS

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS-HFA BRASILIA-DF

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de endoscópios, instrumentais e técnicas cirúrgicas têm possibilitado a cirurgia para tratamento de sinusite crônica, obstrução do ducto nasolacrimal, descompressão orbitária e do nervo óptico, além da retirada de tumorações entre outras por via endonasal.A compreensão da  anatomia da região nasal é de extrema importância para o planejamento e realização de cirurgias endoscópicas nasais.A tomografia está indicada principalmente nas complicações de sinusite, falta de resposta ao tratamento clínico e programação cirúrgica.Com o uso rotineiro da tomografia computadorizada, observamos melhora na identificação das estruturas e das variações anatômicas das cavidades paranasais. Entre estas, as células de Haller, a agger nasi, o desvio do septo nasal e as conchas médias bolhosas.

OBJETIVO: O objetivo deste estudo é a comparação da prevalência das variações anatômicas observadas em tomografia de seios paranasais, presentes na literatura, com as observadas em pacientes de um serviço de otorrinolaringologia.

METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, teve seu protocolo de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital, seguindo as normas do SISNEP, Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos, órgão vinculado em Ministério da Saúde, que regula a pesquisa envolvendo seres humanos.Foram incluídos no estudo exames de tomografia computadorizada dos seios paranasais, realizadas nos anos de 2007 e 2008.Foram excluídos exames de pacientes com idade igual ou inferior a doze anos e exames repetidos. Os exames foram analisados por dois médicos. Buscou-se variações anatômicas: desvio de septo nasal, presença de concha médica bolhosa, célula de Haller e célula de agger nasi, estabelecer o perfil etário e gênero dos pacientes e a prevalência das alterações anatômicas, e a epidemiologia dos pacientes.

RESULTADOS: Dentre os 114 exames, 64 (56,1%) eram de pacientes do sexo feminino. A média de idade dos pacientes foi de 41 anos, sendo a mediana de 40. Encontrou-se desvio septal em 62 (54,3%) dos exames analisados. Dentre estes, 26 (41,9%) estavam deslocados para a narina direita.A  concha média pneumatizada ou bolhosa ocorreu em 62 (54,3%) dos exames. Dentre estes exames, 22 (35,4%) apresentavam a pneumatização de ambas conchas média, 26 (41,9%) apenas da esquerda e 14 (22,5%) apenas da direita A célula de Haller foi identificada em 17 (14,9%) pacientes e, 9 (52,9%) a tinham bilateralmente e, os demais, 8 (47,1%) no lado esquerdo A  agger nasi foi visualizada em 109 (95,6%) dos exames, sendo que em 108 (99,1%) foi encontrada bilateralmente

CONCLUSÃO: Os dados foram concordantes com a maioria da literatura consultada, sobretudo os trabalhos mais atuais que usam a tomografia como método diagnóstico. Devemos levar em conta que tal estudo usou como base exames tomográficos de pacientes que procuraram o serviço de otorrinolaringologia e tinham indicação médica de realizar tal exame.Como o conhecimento anatômico é condição fundamental para o planejamento e execução do ato operatório, o conhecimento das variações anatômicas e suas prevalências são essenciais à formação do otorrinolaringologista.

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