Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

AO-09

TÍTULO: ASSOCIAÇÃO DE PÓLIPOS DE PREGAS VOCAIS A ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS MÍNIMAS

AUTOR(ES): ÉRIKA PÉREZ IGLESIAS , ANDRÉ FERNANDO SCHERER, GEÓRGIA PATRÍCIA NOVAK PINHEIRO FREITAS, ADRIANA HACHIYA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL

INTRODUÇÃO: Os pólipos vocais apresentam grande variabilidade quanto à forma, tamanho e coloração. Localizam-se normalmente nos dois terços anteriores das pregas vocais, podendo ser únicos ou múltiplos.

A principal etiologia dos pólipos dos pregas vocais é o fonotrauma súbito, acarretando formação de hematoma no espaço de Reinke podendo gerar um processo inflamatório, que estaria relacionada com a formação do pólipo. À  histologia revela membrana basal normal, estroma com abundante vascularização, depósito de fibrina e pouco colágeno.

As alterações estruturais mínimas (AEM) são desvios na configuração da arquitetura histológica da mucosa, que podem interferir nas características vibratórias das pregas vocais. Dentre as AEM temos: sulco vocal, cisto epidermóide, ponte de mucosa, microdiafragma laríngeo e vasculodisgenesia.

 

OBJETIVO: Avaliar associação entre pólipo de pregas vocais e AEM.

 

METODOLOGIA: Realizado um estudo retrospectivo, a partir de prontuários de 74 pacientes submetidos a microcirurgia laríngea por de pólipo vocal , sendo, destes , 26 (35%) homens e 48 (65%) mulheres, avaliando a presença de AEM simultânea no intra-operatório, abuso vocal, tabagismo e presenção de refluxo gastroesofágico (RGE) obtido através da descrição pré-operatória da videolaringoscopia. 

 

RESULTADOS: Dos 74 pacientes, 38 (51%) deles apresentaram pólipo em prega vocal direita (PVD), 31 (42%) em prega vocal esquerda (PVE), e 5 (7%) apresentaram pólipo em ambas as pregas vocais. 

A presença de AEM concomitante foi encontrada em 27 pacientes (36,4%), tendo 8 deles apresentado 2 lesões simultâneas.

Das 35 AEM encontradas 12 eram do tipo (34%) sulco bolsa, 9 (25,5%) vasculodisgenesias, 7 (20%) sulcos tipo estria,  3 (8,5%) cistos epidermóide e 2 (6%) pontes mucosa e 2 microdiafragmas laríngeo (6%).

Quanto aos fatores de risco: 48 (64,8%) pacientes tinham história de abuso vocal, 22 (29,7%) eram tabagistas ou ex-tabagistas e  27 (36,4%) tinham  RGE.

 

CONCLUSÃO: É relativamente freqüente a presença de alterações estruturais mínimas associadas aos pólipos de prega vocal. Em nosso estudo, a incidência foi de 36,4%. É essencial uma investigação cuidadosa dessas lesões para buscar um adequado manejo terapêutico.

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