Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
TESE
AO-07
TÍTULO: ANÁLISE COMPARATIVA DO PH, VOLUME E CONCENTRAÇÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉRMICO DA SALIVA EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE SJÖGREN E REFLUXO LARINGOFARÍNGEO
AUTOR(ES): MARCO ANTÔNIO DOS ANJOS CORVO , CLAUDIA ALESSANDRA ECKLEY, BIANCA MARIA LIQUIDATO, GUSTAVO LEÃO CASTILHO, CIBELLE NUNES DE ARRUDA
INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
INTRODUÇÃO: A saliva é um dos componentes fundamentais para a homeostase do sistema digestório. Estudos recentes demonstraram que pacientes com refluxo laringofaríngeo (RLF) apresentam acidificação do pH salivar e concentração salivar reduzida do fator de crescimento epidérmico (EGF). A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune das glândulas exócrinas, sendo um modelo clínico para xerostomia e para analisar as repercussões desta ao nível da laringe, faringe e sistema digestório.
OBJETIVO: Estudar as características volumétricas e biomoleculares da saliva de indivíduos com SS e RLF
METODOLOGIA: Foram avaliados 19 pacientes com a síndrome e comparados com 12 indivíduos saudáveis (grupo controle sem SS e sem RLF). O diagnóstico de suspeita do RLF foi firmado à partir de sintomas e sinais sugestivos (RSI>13 e RFS>7) e confirmado por endoscopia digestiva alta ou por pHmetria esofágica de duplo sensor de 24 horas. Duas amostras consecutivas de saliva foram obtidas, uma de saliva total não estimulada(STNE) e outra de saliva total estimulada(STE) por mastigação de parafilm M®. Após centrifugação das amostras, o sobrenadante foi separado para mensuração do volume (mL), pH (medidor digital) e concentração de EGF (ELISA).
RESULTADOS: Todos os pacientes do grupo estudo e do grupo controle eram do gênero feminino, sendo a idade média 60 anos e 44 anos, respectivamente. A prevalência de RLF foi de 100% dos pacientes com SS. O pH médio na STNE foi de 7,53 no grupo estudo e 7,57 no grupo controle, enquanto na STE houve aumento significativo para 7,87 e 7,93, respectivamente. Apesar disso, não houve diferença significante de pH entre os grupos estudo e controle tanto na STNE e quanto na STE. O volume salivar médio dos pacientes com SS foi de 1,27mL na STNE e de 3,78mL na STE, sendo o volume salivar dos controles significativamente maior (4,02 na STNE e 11,96 na STE). Além disso, o aumento volumétrico observado após a mastigação foi considerado estatisticamente significante. Tanto no grupo estudo quanto no controle houve diminuição significativa da concentração salivar de EGF após o estimulo mastigatório na mesma proporção (de 59,38 para 27,63pg/mL no grupo estudo e de 43,53 para 19,10pg/mL no grupo controle). Não houve diferença significante entre os valores de EGF entre os grupos estudo e controle tanto na STNE e quanto na STE.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que o RLF foi altamente prevalente na população estudada, sendo este causado possivelmente por queda global do volume salivar, não sendo constatadas deficiências específicas no pH ou concentração de EGF da saliva.